Juraci Reis
A autora explica com muita propriedade
por sinal, a relação da sociedade como um todo na educação da criança. Segundo
Léa Tiriba, as tecnologias tomam o espaço da educação materna e paterna, pois
estes estão preocupados em ganhar a vida trabalhando nas indústrias, que por
sua vez massifica, ou seja, impõe as vidas de seus empregados estilos que
afetam diretamente em suas famílias que perdem no relacionamento, no afeto. A
criança solitária torna-se refém da máquina. Todo seu referencial de
comportamento vem da TV que passa a fazer parte integral de suas vidas. Até
mesmo quando estão todos em casa, cada um fica na sua, divididos entre um vídeo
game e a novela ou jogo de futebol, muitas vezes em aparelhos diferentes,
acostumados que já estão a realizar separados sem nenhuma interação suas
atividades. O diálogo é substituído, com a justificativa do cansaço, se dignam
a resolver suas pendências dando a cada um o direito de fazer o que quer para
substituir as carências. Dessa ausência da família, de amor, nasce engendrada
numa concepção de substituto, a creche. Entretanto, as instituições engessadas
pela falta de uma estrutura mais eficaz, conduzem metodologias conteudistas que
estão longe da realidade de nossas crianças atualmente.
Com o
afastamento da família pela extensa jornada de trabalho, permitindo o abandono
dos filhos, cada vez mais cedo as crianças adentram a vida adulta, retirando
delas o direito a infância, ao bem estar físico, mental e social.
Assim
sendo, os modelos de creches precisam ser revistos dentro de um olhar voltado
para as crianças contemporâneas, saindo do modelo arcaico vigente e valorizando
o sentir e o pensar delas, bem como o
espaço de convivência, como caminho mais próximo para o seu pleno desenvolvimento.
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