terça-feira, 29 de abril de 2014

Onde estamos quando estamos em sala de aula?

Juraci Reis

Pensemos numa turma, que em aula, precisa aprender um determinado conteúdo, e o professor presente, afoito com suas ideias bem planejadas, está equipado com todos os recursos necessários para dar uma excelente aula. Pois é, esse professor atento às diferenças em sala de aula pensou em tudo, ou melhor, em quase tudo. Somente pelo detalhe de que os alunos além de diferentes entre si, também apresentam diferenças em cada dia de aula, que vivenciam em seus dias fatos diferentes também. Pois bem, neste dia especial a classe vivenciaria uma das maiores guerras do tráfico já presenciado pelo contexto escolar. Assim sendo, de que maneira o profissional encararia este pormenor com sua aula bem preparada? E essa é a realidade de muitos professores e alunos brasileiros das grandes metrópoles.
Outro contexto também ilustrado aqui é o vivenciado recentemente na chacina dentro de um colégio, onde um ex-aluno que sofrera bullying quando estudou ali, volta completamente perturbado, em sua psique doente, para se vingar de uma sociedade que não perdoa as diferenças. O que será que os professores pensaram? De que forma atuaram naquele momento e como foram as aulas pós-trauma, em suas mentes? Onde estavam esses atores em momentos tão distintos e como se lida com questões tão complexas? E a cada dia se lida mais com elas! Certamente o único lugar que eles não gostariam de estar era naquela sala de aula. Mas estavam!
Em uma sociedade repleta, infelizmente, de violência de toda ordem, de problemas a serem resolvidos, emoções e conflitos sentidos, o difícil é prever onde cada indivíduo estará quando estiver em sala de aula.
Sabemos que o dia-a-dia de uma sala de aula é sempre incerto e demanda do educador um olhar diferenciado para cada acontecimento problemático decorrente do confronto entre as experiências vividas e os novos percursos que rompem com a ideia de fracasso e de exclusão de tantos alunos. Nessas aulas, o significado do aprendizado é relacionado a eles e daí, também sabemos que o conhecimento só se estabelece se motivado nas inter-relações entre os sujeitos no contexto em que vive. Dessa forma, para que haja uma apropriação desse conhecimento, é preciso criar um ambiente propício de aprendizagem, onde as informações sejam pertinentes e a interação valorizada.
Nesse ponto de vista, o professor deve ser um pesquisador da alma humana e como tal precisa questionar-se o tempo todo sobre sua prática, sendo, portanto, crítico de seu trabalho.
Desse modo, quando estivermos em sala de aula, local onde o aprendizado de cada um deve ser respeitado e as necessidades atendidas, indo muito além de conteúdos programáticos, teremos a  abordagem até mesmo daqueles ocultos, dos quais nem vemos, mas está lá, aguardando que a sensibilidade aguce e transcenda o farol da compreensão.
Decerto, como não somos máquinas e nem sempre nos colocamos em posição de recebimento de informações passivas, ainda mais quando nosso interlocutor não é ativo, o esforço que fazemos para o entendimento age de forma contrária na interação, ficando mesmo prejudicada ou quase nula, e acaba até por inutilizar qualquer tentativa de aprender. Ainda mais quando estamos em um lugar sem saber qual e para onde vão aqueles ao nosso redor.
João Batista Duarte Junior, no livro “O que é a realidade?”, nos elucida que “o homem não é um ser passivo, que apenas grava aquilo que se apresenta aos seus sentidos. Pelo contrário: o homem é o construtor do mundo, o edificador da realidade. Esta é construída, forjada no encontro incessantemente entre os sujeitos humanos e o mundo em que vivem”. (p. 12)
Assim, quando pensamos em uma sala de aula, nos vem à mente, um espaço de construção: de identidades; de conhecimentos; de cidadãos que busca serem conscientes não somente de seus deveres, mas também atuante no processo de garantia de direitos. Afinal é lá, na sala de aula, que paira as mais heterogêneas das relações culturais; componente que proporciona percepção do mundo a partir da experiência, e mesmo que nos falte a consciência disso, é muito enriquecedor nas nossas vidas.
Dessa forma, o atuar em sala de aula assume um papel investigativo, ético e crítico que exige que o professor tenha seriedade e estabeleça interações, capaz de possibilitar mudanças, e oportunizar condições aos alunos para expressar suas ideias e sentimentos.
Para isso é imprescindível levar em conta o sujeito concreto, diferente de qualquer outro, que mesmo em detrimento de tudo e todos, em qualquer circunstância vai demonstrar sentimentos, vai precisar de atenção e proteção.
E imperioso criar um ambiente onde os envolvidos possam demonstrar sua afetividade sem risco de violação de direitos, do qual o relacionamento entre alunos e professores, se dê naturalmente. Para isso a sala de aula precisa ser espaço de formação de fato, lugar onde se enfrenta os problemas decorrentes das diversidades, com ideal relevância, em um clima de respeito, ou seja, adequado à participação de todos da comunidade escolar.
Em outras palavras, afirmamos que podemos estar em qualquer lugar quando estamos em sala de aula, pois este é um espaço vivo. Nele, tem momentos de conflitos, mas também de intensa interação; tem lugar para sonhar e repensar valores; ambiente de criar e solucionar desafios; perspectivas de formação e de rompimento de conceitos conflituosos.
De posse dessa concepção, visando maior lucidez, entendemos que somente no diálogo estimularemos a vontade em todos de se empenhar na relação ensino-aprendizagem e juntos colaborar para a harmonização entre a afetividade e o instruir-se. Irrompendo, portanto, com a mecanicidade do dia a dia de uma sala de aula, aonde seus atores nem sempre sabem de onde vieram e tão pouco para onde vão. Então é imperioso se tecer um ambiente seguro, com respeito às diferenças, que colabore para o crescimento coletivo.


Fonte:
PANIZZI, Conceição Aparecida Fernandes Lima – ISEP, A RELAÇÃO AFETIVIDADE-APRENDIZAGEM NO COTIDIANO DA SALA DE AULA: ENFOCANDO SITUAÇÕES DE CONFLITO.
http://www.abed.org.br/congresso2005/por/pdf/164tcf3.pdf
MARTINS, João Carlos - Vygotsky e o papel das interações sociais na sala de aula: reconhecer e desvendar o mundo.


Brasil Globalizado - Plano de aula

Plano de aula
Tema: Brasil globalizado
Público alvo: alunos das séries iniciais

1.    Objetivos:
·         Identificar as características da globalização e o impacto econômico, social, político e cultural do país e a influência na vida das pessoas e no ambiente.
·         Entender o processo de globalização como sendo diferenciado para países pobres e países ricos.

2.    Metodologia:
o   Diálogo onde todos podem expressar suas opiniões
o   Aula passeio
o   Debates
o   Vídeo-aula
o   Trabalho em grupo e individual
o   Pesquisa de campo
o   Entrevista
o   Tabelas e gráficos

3.    Recursos:
o   Rótulos e etiquetas de produtos diversos
o   Vídeos
o   DVD
o   Papel pardo
o   Caneta pilot
o   Jornais e revistas

4.    Desenvolvimento:

1º momento:
§  Na roda de conversa, buscar o conhecimento prévio dos alunos sobre Globalização. Pedir para fazerem anotações de suas hipóteses. Perguntar para aguçar a temática, se eles gostam de jogos, se tem acesso a celular ou vídeo game, por exemplo, dando inicio a conversação. Influir o debate sobre propagandas e compras, necessidade e supérfluo;
§  Após ouvi-los, buscando registrar tudo que disserem sobre o tema, leva-los a debater sobre a influência de outros países e suas culturas em nossas vidas. Logo em seguida induzi-los a assistir o vídeo “Globalização - Tecnologia e a mudança na vida das Crianças”.
§  Instiga-los a responder as perguntas contidas no vídeo e realizar uma pesquisa com outros alunos do colégio utilizando a mesma temática do vídeo. Promover debate sobre o resultado.
§  Produzir tabela e gráfico com o resultado da pesquisa, expondo na escola.

2º momento:
§  Sair da escola para aula-passeio em comércio local com a finalidade de pesquisa e análise dos produtos que utilizamos e os locais de sua fabricação. Tomar notas do nome do produto, o preço, para que serve, e aonde foi produzido. Fazer isso em pelo menos três lojas diferentes.
§  Retornar à classe e tabular a pesquisa registrando em tabelas e gráficos.
§  Recortar de encartes, jornais ou revistas os produtos pesquisados e montar um mural localizando no mapa o lugar de onde veio o produto pronto e de onde saiu o material para fabricá-lo.

3º momento:
Trabalhar o efeito positivo e negativo da Globalização influindo em nossa vida.
§  Leva-los a debate sobre pontos negativos e positivos da globalização.
§  Realizar pesquisa na Internet, anotar pontos principais que se contrapõe.

4º momento:
§  Assistir ao vídeo “História das coisas”
§  Debater sobre as informações contidas no vídeo, com reflexão crítica sobre a atuação de todos nós no processo.  
§  Redigir textos informativos sobre o assunto e o que entenderam do vídeo ressaltando as informações que mais chamou a atenção.

5º momento:
§  Montar jornal mural com representação de toda pesquisa realizada desde o 1º momento e expor para a comunidade escolar.
§  Para finalizar, comparar as informações com o conhecimento prévio e concluir se suas hipóteses foram confirmadas ou precisaram ser reformuladas.

5.    Referência:
Universidade Santa'Anna .Grupo de trabalho do Grupo Evolução, do curso de Pedagogia - 6 semestre, disciplina: Tecnologia Aplicada a Educação. Sob orientação do Professor-Orientador: Jonatas. Globalização - Tecnologia e a mudança na vida das Crianças. Disponível em: http://mais.uol.com.br/view/qk2yl9p7c9v0/globalizacao--tecnologia-e-a-mudanca-na-vida-das-criancas-0402CD993362DCC13326?types=V& e também http://www.youtube.com/watch?v=RXCFs2wUNQo acesso em 20/04/14

História das coisas. Disponível em  http://www.youtube.com/watch?v=x_PmgSf3LSs com acesso em 21/04/14

Projeto Copa do Mundo

Juraci Reis

Público-alvo: turma de alfabetização

1 - Introdução:
O projeto com o tema copa do mundo abrangerá uma diversidade de textos e formas que ajudará na composição de um ambiente alfabetizador, levando os alunos a possibilidade de um aprendizado mais significativo. Através de um tema que permite muitas formas de trabalho, visamos envolver a todos de maneira contagiante, de tal forma, que os alunos serão levados a participar da construção do seu conhecimento, tanto individualmente quanto coletivamente, seja manuseando materiais, vivenciando situações, experimentando, tudo isso de maneira muito prazerosa.

2- Justificativa:
Este ano o Brasil sediará o Mundial de futebol e como uma paixão nacional, os pequeninos não podem ficar de fora da festa. Assim com a aproximação da Copa, faz-se necessário, aproveitar a contextualização do tema no desenvolvimento da leitura e da escrita, visto ser este o assunto da vez em que os pais, vizinho e amigos estarão sempre falando nas conversas seja em casa, na escola ou nas ruas.
Em outubro de 2007, quando a FIFA ratificou o Brasil como sede da Copa do Mundo no ano de 2014, pesquisas apontaram uma aprovação de 79% (Datafolha-nov2008). Em janeiro de 2014, o mesmo Instituto de pesquisa, constatou um índice favorável ao evento de 52%.
Passados quase sete anos desde então, os brasileiros têm mostrado cada vez mais que não aprovam a realização dos jogos no país. Dentre os fatores para o aumento da rejeição, os altos custos com a organização do torneio: gastos absurdos dedicados exclusivamente para atender as exigências do chamado “Padrão FIFA”, seja nos estádios que sediarão as competições, como também nas prometidas melhorias nas cidades-sedes, que incluem, entre outras coisas, investimentos na infraestrutura, transporte, segurança e estradas. As manifestações populares têm demonstrado esta insatisfação, ao questionar as mazelas nos sistemas de educação, saúde, habitação, mobilidade, cujos sistemas precisam de maiores investimentos e melhor controle na aplicação dos recursos.
O alto preço dos ingressos inviabiliza a presença do ”povão”, mas mesmo assim a procura para compra é dez vezes superior a oferta anunciada, demonstrando empreendimento de vendas, favoráveis à FIFA.
Mas a realização da Copa passa a ser evento de menor importância para o brasileiro, pois conforme pesquisa CNT/MDA (janeiro de 2014), 75,8% dos entrevistados consideram "desnecessários" os investimentos realizados pelo governo no Mundial. Outros 80,2 por cento discordam dos gastos com construção e reforma de estádios e preferem que os recursos sejam aplicados em outras áreas.
Conforme Marlena Novaes (2013), ao citar  Piotr Kropotkin : “Nenhuma revolução social pode triunfar se não for precedida de uma revolução nas mentes e corações do povo.” A estratégia de aglutinar pessoas em Manifestações através das redes sociais, representa um novo momento na luta por melhor qualidade de vida, priorizando temas que alcançam toda a população brasileira, na busca da almejada justiça social. Este momento é revolucionário e irreversível. Ninguém mais poderá calar a voz do povo nesta era regida pelo recurso tecnológico.
Com o objetivo de tornar o ensino significativo e funcional, a proposta é contextualizar trazendo as questões pertinentes ao tema, sem fugir daquilo que o aluno sabe e pode contribuir para o aprendizado e crescimento de todos. 
Empreendendo após explorar o tema oralmente, a compreensão do sistema de base alfabética, o aluno vai alcançando o sistema de escrita, partindo das várias situações criadas em que experimentarão diversas possibilidades de uso de diferentes textos, caracterizando um ambiente alfabetizador. Assim, em um ambiente alfabetizador, vai se criando possibilidades, visando a formação de leitores e escritores capazes de emitir opiniões e saber ouvir as opiniões alheias, tudo isso propiciando o progresso da escrita, acrescendo assim sua competência leitora, da qual o aluno irá se beneficiar em todas as disciplinas, pois o tema leva a variadas habilidades tanto de linguagens quanto das ciências.
No cotidiano, como exercício de cidadania, programar discussão sobre o impacto da Copa do Mundo no Brasil, sobre os movimentos sociais que abalaram a estrutura do país diante do mundo e sacodiu o governo, as prováveis melhoria na comunicação e no transporte no contexto brasileiro e, a respeito de quem têm ou não têm acesso aos jogos, fazendo-os refletir a respeito e opinar.
Explorando essa temática pretende-se alcançar uma melhor Linguagem Corporal e Oral, além das habilidades de consciência fonológica e desenvolvimento da expressão Cinestésico-corporal, abarcando, portanto, variados discursos que culminará com um produto final, podendo ser em forma de livretos, panfletos, jornal mural, peça teatral, com a intensão não só de expor um trabalho realizado à comunidade escolar, mas, sobretudo com o aprendizado da leitura e da escrita consolidado.

3- Metodologia:
  1. Sempre na rodinha para discussão coletiva em todas as aulas, com tomada de decisões em conjunto com os alunos, partindo do conhecimento prévio e instigando-os a conversar sobre o assunto: time de futebol preferido, por exemplo, é um bom começo, fazendo em seguida uma lista de times da turma, para logo a seguir, pesquisar quais jogadores saíram de seus times para compor a seleção brasileira. Instiga-los a tecer considerações sobre as notícias de confrontos com a polícia e os atos de expressão de cidadania e outros de  vandalismo de grupos contrários a Copa.
  2. Utilizar vídeos curtos em que o Brasil tenha jogado, na atualidade, questionando o que viram em campo, mostrando jogadores, jogadas e incitando-os a relacionar tudo o que compõe um jogo de futebol.
  3. Fazer listas de nomes dos nomes de jogadores brasileiros e afixar na parede da sala, junto à lista de nomes dos alunos. Fazer o mesmo com os nomes dos países participantes da Copa do Mundo, com o professor sendo seu escriba.
  4. Utilizar a lista de nomes deles, dos jogadores e dos países para auxiliar na reflexão da escrita das palavras iniciadas ou terminadas com uma determinada letra, quantas e quais letras utilizaram.
  5. Partir do que eles sabem para leva-los a uma viagem no tempo, apresentando todos os campeonatos mundiais em que o Brasil participou, principalmente aqueles que o consagrou campeão. Utilizando vídeos para essa finalidade;
  6. Fazer com eles a linha do tempo dos títulos brasileiros, pesquisando em que país aconteceu cada mundial e localiza-los nesse tempo (fazer uso de fotos dos alunos e das seleções campeãs: ano do nascimento, quantos titulo o Brasil ganhou antes e depois de seu nascimento), utilizar calendários, folhinhas, relógios, quadros de tabelas, certidão de nascimento;
  7. Afixar nas paredes da sala os mapas do Brasil e do mundo, localizando cada país que sediou a copa e os países participantes da copa do Brasil em cores diferentes. Com o uso de barbante ou lãs coloridas e alfinetes, levar todos os países até o Brasil, no Estado aonde será os jogos.
  8. Utilizar todos os momentos propícios no desenvolvimento da linguagem oral e da linguagem escrita e, portanto selecionar textos pesquisados em jornais e revistas, a respeito do tema para a leitura em classe.
  9. Promover junto com os alunos e parceria com a família uma pesquisa da cultura de cada país, explorando temas comuns a todos tais como: comida, vestimentas, Língua, moeda, meio de transporte, esporte mais importante, pontos mais famosos, nomes de pessoas famosas, de animais, sistema de escrita, folclore, etc. afixando no mural da escola para ser visto e lido por todos.
  10. Utilizar CDs com músicas da seleção brasileira, fazer cartazes das letras da música, montar quebra-cabeça das letras.
  11. Explorar ao máximo os nomes que aparecem no futebol tais como: drible, arremesso lateral, pênalti, escanteio, tempo, bola, gol, chuteira, bandeirinha, gandula, rede, traves, camisa, caneleira, campo, chute, goleada, treino, empate, impedimento, garra, dividida, distância, jogador, travas, goleiro, treinador, falta, torcida, adversário, força, movimento, velocidade, posição, arquibancada, campo, área, corpo, etc.;
  12. Discutir com o grupo as características e formas de organização dos jogos, acompanhando a tabela e pontuação. Sempre discutir acontecimentos decorrentes dos jogos, bem como valores e responsabilidades;
  13. Produzir palavras com as mesmas sílabas dos nomes estudados. Ou seja, utilizar as sílabas dessas palavras para formas outras;
  14. Propor redações coletiva e individual a partir dos jogos realizados. Fazer revisões dos textos coletivos e em dupla;
  15. Fazer palavras cruzadas, caça-palavras, bingo de letras e de palavras, jogos de forca, jogo da memória, jogo da velha, dominó;
  16. Construir um tabuleiro de jogo de botão para ser utilizado na hora da recreação.
  17. Utilizar recortes de jornais com imagens, debatendo sobre as mesmas;
  18. Montar times de futebol na turma: trabalhar conceitos de trabalho em equipe, respeito ao adversário, ganhar e perder, relação de gênero, etc.;
  19. Finalizar, após explorar todas as possibilidades, com a elaboração de  um livro da turma, com textos e imagens produzidos pelos alunos para ser lido por outras classes. Antes, porém, exposto em uma tarde de autógrafo com a participação da comunidade escolar. 

 4- Formas de registro:

As atividades abaixo serão organizadas em dupla ou em grupo, porém com atendimento individualizado, acompanhando como cada um apreende o conteúdo:
  • Lista de nomes dos jogadores da Seleção Brasileira em ordem alfabética;
  • Lista dos nomes dos países que participarão do Mundial em ordem alfabética;
  • Estudos das Bandeiras dos países: formas, cores, confecção;
  • Localização dos países no Mapa, ligando-os ao Brasil (utilizar o mapa do mundo, do Brasil, do Rio de Janeiro e se possível, do município);
  • Pesquisa sobre a cultura dos povos desses países e comparar com a cultura brasileira: comida, vestimentas, Língua, moeda, meio de transporte, esporte mais importante, pontos turísticos mais importantes, nomes de pessoas famosas, animais, sistema de escrita, folclore;
  • Leitura de notícias, propagandas, reportagens e panfletos;
  • Listas das palavras utilizadas no futebol: posições em que os jogadores jogam, nomes das partes do campo, nomes de jogadas, números nas camisas etc.;
  • Observação da tabela da copa: quantos países, quantos grupos, quantos em cada grupo, qual grupo o Brasil está, quem vai jogar com o Brasil;
  • Letras de músicas da copa;
  • Linha do tempo da copa, relacionando com a linha do tempo do aluno: quantos anos tinham quando o Brasil ganhou o título tal, o antes e o depois, décadas, vultos históricos em cada década, acontecimentos no Brasil e no mundo em cada década;
  • Leitura em jornais e revistas
  • Jogos e brincadeiras como: palavras cruzadas, caça-palavras, bingo de letras e de palavras, jogos de forca, jogo de botão;
  • Utilização da Caixa Matemática com: dinheirinho, fichas numéricas, palitos, tampinhas, etc.
  • Confecção de murais, quadro de avisos, cartazes, com os resultados e acontecimentos da copa;
  • Produção de textos, pinturas e desenhos.


REFERÊNCIA:

Brasil. Secretaria de Educação Básica. Diretoria de Apoio à Gestão Educacional. Pacto nacional pela alfabetização na idade certa: a heterogeneidade em sala de aula e os direitos de aprendizagem no ciclo de alfabetização: ano 02, unidade 07 / Ministério da Educação, Secretaria de Educação Básica, Diretoria de Apoio à Gestão Educacional. -- Brasília: MEC, SEB, 2012.

Brasil. Secretaria de Educação Básica. Diretoria de Apoio à Gestão Educacional. Pacto nacional pela alfabetização na idade certa: currículo inclusivo: o direito de ser alfabetizado: ano 3: unidade 1 / Ministério da Educação, Secretaria de Educação Básica, Diretoria de Apoio à Gestão Educacional. -- Brasília: MEC, SEB, 2012.

Brasil. Secretaria de Educação Básica. Diretoria de Apoio à Gestão Educacional. Pacto nacional pela alfabetização na idade certa: a organização do planejamento e da rotina no ciclo de alfabetização na perspectiva do letramento: ano 2: unidade 2 / Ministério da Educação, Secretaria de Educação Básica, Diretoria de Apoio à Gestão Educacional. -- Brasília: MEC, SEB, 2012.

Brasil. Secretaria de Educação Básica. Diretoria de Apoio à Gestão Educacional. Pacto nacional pela alfabetização na idade certa: currículo no ciclo de alfabetização: consolidação e monitoramento do processo de ensino e de aprendizagem: ano 2: unidade 1 / Ministério da Educação, Secretaria de Educação Básica, Diretoria de Apoio à Gestão Educacional. -- Brasília: MEC, SEB, 2012.
Brasil. Secretaria de Educação Básica. Diretoria de Apoio à Gestão Educacional. Pacto nacional pela alfabetização na idade certa: a aprendizagem do sistema de escrita alfabética: ano 1 : unidade 3 / Ministério da Educação, Secretaria de Educação Básica, Diretoria de Apoio à Gestão Educacional. -- Brasília: MEC, SEB, 2012.
Brasil. Secretaria de Educação Básica. Diretoria de Apoio à Gestão Educacional. Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa: Apresentação / Ministério da Educação, Secretaria de Educação Básica, Diretoria de Apoio à Gestão Educacional. – Brasília: MEC, SEB, 2014.

Brasil. Secretaria de Educação Básica. Diretoria de Apoio à Gestão Educacional. Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa: Construção do Sistema de Numeração Decimal / Ministério da Educação, Secretaria de Educação Básica, Diretoria de Apoio à Gestão Educacional. – Brasília:
MEC, SEB, 2014.

(Disponíveis em http://pacto.mec.gov.br/2012-09-19-19-09-11 com acesso a 18/04/14)

NOVAES, Marilene. A respeito das manifestações ocorridas no Brasil: movimentos sociais baseados em rede ou o que diz a voz do povo, 2013.
(Disponível em http://espacoacademico.wordpress.com/2013/06/25/ ) com acesso em 23/04/14

A superação da alienação e da reificação e a Tendência Pedagógica Crítica Libertadora

Juraci Reis
Não dá para falar em superação da alienação sem lembrar Paulo Freire (1963), que nos idos de 60, traz a Tendência Crítica Libertadora, em oposição a Tradicional, com a preocupação de formar cidadãos críticos, capazes de atuar na sua história. Esse tão renomado educador, de visão futurista, vê em cada pessoa, um ser capaz de mudar a realidade em que vive, ou seja, capaz de transformar de forma consciente a sociedade, libertando os indivíduos dos jugos que o oprimem.
Freire acreditava na capacidade do trabalhador mais humilde, de ser crítico da sua realidade. Também valorizava o que cada um trazia de conhecimento e partia daí os temas de discussão para o processo de alfabetização. Assim, através da alfabetização esperava que o povo letrado, se libertasse da opressão e pela educação, através de reflexões críticas, conseguisse de igualdade se libertar dos opressores, tendo com isso melhor qualidade de vida.
Desta forma, o trabalhador precisava pensar a sua vida e atuar em sua libertação, como diz Mercado (1995):
"A educação para ser libertadora precisa objetivar uma ação e reflexão consciente e criadora das classes oprimidas sobre seu próprio processo de libertação [...]"
"A educação libertadora questiona concretamente a realidade das relações do homem com o mundo e com os outros homens, buscando uma transformação."
Nessa tendência, os conteúdos são abordados a partir de temáticas da vida cotidiana de cada educando, dentro de uma dialética cujo pressuposto é trazer o conteúdo necessário à formação, a qual o professor a partir daí, ou seja, partindo daquilo que cada individuo carrega de bagagem vivida, aproveita o conhecimento que vem da vivência, na construção do aprendizado dele e do grupo. Dessa forma, a realidade é a mediadora de tudo que precisa ser aprendido, valorizando somente aquilo quem tem real importância para uma sociedade verdadeiramente democrática.
Essa pedagogia tem como objetivo maior conforme Libânio (1996), atingir um estado de consciência da realidade, com o professor sempre acompanhando o aluno nessa procura sem fim, a cata da modificação social. Portanto, para esse teórico a escola deve ser um local onde as camadas populares se sintam motivadas a luta pelo processo de transformação tendo como principal função buscar esse nível de consciência.
Paulo Freire em seu fazer filosófico deixa-nos explicitado:
"A liberdade, que é uma conquista, e não uma doação exige permanente busca. Busca permanente que só existe no ato responsável de quem a faz. Ninguém tem liberdade para ser livre: pelo contrário, luta por ela precisamente porque não a tem. Ninguém liberta ninguém, ninguém se liberta sozinho, as pessoas se libertam em comunhão”. (FREIRE, 1987)
Freire também ressaltava que deveria usar todas as suas possibilidades para participar de práticas coerentes, que não estava no mundo para se adaptar a ele e sim para transformá-lo. Igualmente, mostra afinidades com a dialética socrática em sua práxis e em suas obras. Em Pedagogia da Esperança, seu legado permite as gerações oprimidas retirar coragem de trabalhar a transformação social, virando seres de inserção do mundo e não uma adaptação ao mundo. Formou pensadores que atuam até os dias de hoje.
Por conseguinte, é importante observar que uma mudança não constitui a solução dos problemas da educação, mas sendo o homem um ser cultural, permite reconstruir a ideia de que o conhecimento compõe um conjunto de assuntos a serem aprendidos, adotando temas da atualidade como objeto de estudo, desenvolvendo uma educação útil na realidade de ensino em que aparecem os problemas. Assim o professor necessita estar sempre construindo mudanças em sua identidade docente e pensar de que maneira essa construção pode se dar.
Relembrando o mestre, Tfouni (2002)  rememora o que Freire preconizou e exemplificou. As técnicas utilizadas por esse cientista da pedagogia humanista deixou uma herança perpétua de valor incomensurável. Ao promover a conscientização política dos homens e mulheres na forma dialógica, colocando-os em pé de igualdade com direitos a voz e vez; utilizando como temas a própria vida do sujeito e do país, fazendo-os refletir e agir sobre os seus conflitos; quando permitiu a esses homens e mulheres o direito de sonhar, lançou-se ao mundo como um dos maiores educadores que já pisou nessa Terra. Através da pedagogia intitulada “Pedagogia da Libertação”, Paulo Freire consagrou-se pela luta da transformação social desses indivíduos, angariando assim, um respeito que se produziu em todo o mundo.
Sua capacidade de sonhar um sonho nunca antes sonhado transmitiu na história, através da cultura de que todos independente de sua raça ou credo, se libertaria pela educação. Essa prática que revolucionou um mundo interno, acostumado a abaixar a cabeça para os poderosos e a cultivar a cultura da obediência, fez que angariasse respeito de povos de todos os cantos dos cinco continentes.   Nessa pedagogia viva não cabia reificadores, portanto toda ação remetia ao homem consciente, não sendo, portanto o valor do trabalho, mais que o valor do ser que o produz.  
Semelhantemente, outros educadores sobrevieram, analisando comportamentos e colaborando para que seres humanos saíssem da profunda sonolência pela qual século de dominação conduziu. Tfouni vem nos inserir nesse debate, aludindo da importância do letramento na condução de pessoas. Essa fala contrapõe muitos educadores que defendem a alfabetização pelo aprendizado da escrita somente, ou seja, bastando o indivíduo saber ler e escrever os códigos. Entretanto, isso só não basta, segundo Tfouni, os dois, tanto alfabetização como letramento se complementa, não sendo um mais importante que o outro. Ainda nos esclarece que a pessoa pode até ser letrada sem que seja alfabetizada. Uma pessoa letrada consegue ser crítica, participativa, o que nem sempre ocorre com quem é somente alfabetizada. Assim, conhecimento de mundo e domínio da escrita deve caminhar em prol do homem cidadão de direitos tirando-o da invisibilidade.

Referência:

LIBÂNEO, José Carlos. Democratização da escola pública: a pedagogia crítico-social dos conteúdos. 2. ed. São Paulo: Cortez, 1996.

MERCADO, Luís Paulo Leopoldo. A Questão dos Conteúdos numa Metodologia Histórico-Crítica
FREIRE, P. Pedagogia do oprimido. 44º ed. Rio de Janeiro. Paz e Terra. 2005.
FREIRE, Paulo Régis Neve. Resenha. A Importância do Ato de Ler. Em três artigos que se completam. São Paulo – SP. Editora Cortez, 1986
RIBEIRO, Claudio da Silva. Movimentos Sociais e Educação: Rede de ações e letramento para oi mundo v.2/ Claudio da Silva Oliveira ; Virgínia de Oliveira Silva – Rio de Janeiro: Fundação CECIERJ, 2013.