Juraci Reis
A escola que
vê em sua comunidade uma parceira para solucionar os conflitos, além de
promover eventos e participação na gestão; seja atuando dentro dos projetos da
escola e no acompanhando do progresso de seus filhos; seja com o potencial
dentro da sociedade, com seus talentos e valores próprios; seja acima de tudo,
com ideias; está dando um grande salto na qualidade da educação e a
potencializando.
Além disso,
outro grande desafio é ser de fato uma escola para todos, ou seja, capaz de
ensinar a todos os alunos, igualmente, sem preconceitos e discriminação.
Especialmente, uma escola que aprende a aprender, então, é o sonho tão falado
por Paulo Freire.
Também, de
igual importância, é a queda dos muros, não no sentido de derrubar, mas de
transpor. A escola precisa estar fora de seus muros, indo ao encontro do
contexto no seu entorno e vivenciar de forma significativa o ensino ofertado.
Paulo Freire em seu fazer
filosófico deixa-nos explicitado: "A liberdade, que é uma conquista, e não
uma doação exige permanente busca. Busca permanente que só existe no ato
responsável de quem a faz. Ninguém tem liberdade para ser livre: pelo
contrário, luta por ela precisamente porque não a tem. Ninguém liberta ninguém,
ninguém se liberta sozinho, as pessoas se libertam em comunhão”.
Freire também ressaltava que deveria usar
todas as suas possibilidades para participar de práticas coerentes, que não
estava no mundo para se adaptar a ele e sim para transformá-lo. Igualmente,
mostra afinidades com a
dialética socrática em sua práxis e em suas obras. Em
Pedagogia da Esperança, seu legado permite as gerações oprimidas retirar
coragem de trabalhar a transformação social, virando seres de inserção do mundo
e não uma adaptação ao mundo. Formou pensadores que atuam até os dias de hoje.
Por
conseguinte, é importante observar que uma mudança não constitui a solução dos
problemas da educação, mas sendo o homem um ser cultural, permite reconstruir a
ideia de que o conhecimento compõe um conjunto de assuntos a serem aprendidos,
adotando os temas da atualidade como objeto de estudo, desenvolvendo uma
educação útil na realidade de ensino em que aparecem os problemas. Assim o
professor necessita estar sempre construindo mudanças em sua identidade docente
e pensar de que maneira essa construção pode se dar.
Ao refletir sobre sua prática, e ir à busca de
construir nova identidade docente, volvendo um novo olhar sobre si mesmo, o
professor se coloca em transformação capaz de dar significado a uma realidade
social, também em constante movimento, oportunizando novas competências. Do
mesmo modo, ao recordar sua história de vida, percebendo-se entrelaçada a de
seus alunos, de seus colegas de trabalho e do contexto onde vive; ou quando desenvolve
reflexão sobre de que forma aprende, garantindo situações variadas e
articuladas de aprendizagem, estabelece uma teia de interações da qual a troca
com o outro faz parte incondicional.
Nesse sentido, é justo e necessário lutar pela
implementação de políticas públicas voltadas não somente para a formação
inicial, mas também a continuada. Assim sendo, qualquer espaço de Formação de
Professores deve priorizar o fazer de cada um, levando em conta a fala dos
profissionais e a sua forma de aprender, pois esse além de professor é também
uma pessoa, capaz de sentir e agir, errar e acertar, de construir sua
identidade docente, permitindo com isso, desenvolver competências para a
convivência crítica com as novas tecnologias, implantando também novas relações
de trabalho, com jornadas que envolvam dedicação ao planejamento coletivo e a
formação em serviço.
Necessitamos avançar para conquistar uma democracia
efetivamente participativa, ampliando e aprofundando o horizonte emancipador,
conforme nos mostra o pensamento de Paulo Freire: "a participação do povo
deve ser um estar presente na História e não simplesmente nela estar
representada".
Ao professor carece unir o saber de sua formação
acadêmica com o saber experiencial proveniente das práticas na relação social,
produzindo um ensino interativo, com modelo centrado no aluno, criando
possibilidades de aprendizagem amplas, abertas e carregadas de motivação. Dessa
forma, atuando como parceiro e dinamizador, deve proporcionar aos alunos a
oportunidade de assimilar o conhecimento através das estratégias de
investigação e pesquisa, estimulando-os a terem autonomia, serem críticos e
solidários, com perfil participativo para transformar o ambiente comunitário em
que estão inseridos, corrigindo o sistema de ordem social injusto e excludente.
Além disso, o educador precisa aliar-se aos
avanços tecnológicos de informação e comunicação que proporcionam mudanças na
maneira de pensar, decidir e trabalhar. Ao utilizar as possibilidades de
conhecimento, substituindo a prática tradicional de transmissão consolidada
para dinamização das informações, pode orientar o aluno para o uso adequado de
seus saberes.
Afinal, aprender sempre deveria ser a meta de todos e
a preocupação de quem tem nas mãos o poder de criar novas perspectivas para a
docência e de formar futuras gerações pensantes.
Nenhum comentário:
Postar um comentário