Com o
advento da globalização, muda completamente a forma de pensar a educação nesse
novo milênio. Através da comunicação de massa que abanca toda a informação, com
a tecnologia adentrando a escola através da sociedade da informação, é
necessário então, que a escola repense sua prática. Visto que seu aluno se
encontra mais com as novas tecnologias do que o ensino formal lhe oferecesse. E
isso nem sempre quer dizer conhecimento, portanto a escola precisa tomar frente
naquilo que lhe compete.
Talvez
seja o maior “bum” da educação a revolução que o ensino a distância, através da
Internet, vem perpetrando. Essa é de fato, uma grande novidade da nova era. No
entanto, para que esta tecnologia faça parte da escola com real aprendizado é
necessário uma reformulação dos métodos que permeiam o ambiente escolar. Ou
seja, para que de fato haja uma aprendizagem verdadeiramente significativa com
o uso da informatização, é preciso um novo olhar para esse contexto que sempre
cultuou a memoria como metodologia de aprender.
Como
nos esclarece Gadotti em Perspectivas atuais da Educação:
“é preciso mudar profundamente os métodos de
ensino para reservar ao cérebro humano o que lhe é peculiar, a capacidade de
pensar, em vez de desenvolver a memória. “
Nesse
caso ele defende a escola como um lugar de ensinar a pensar criticamente, dando
a esta função uma conotação cada vez mais crescente. Não tem como a escola
ficar estagnada no tempo na contramão do que está ao seu redor. Ela precisa se
apoderar do que é de sua competência. Assim, diante da falta de politicas públicas
que consolide uma educação de qualidade, vemos de forma crescente o avanço do
terceiro setor, conduzindo a educação a revelia para atender a sociedade do
consumo.
Neste
caso, a escola não pode permitir que outros cumpram o papel que é seu de direito e figure a mercê
desses. Ela deve ser o centro de qualquer forma de novidade, superando a visão prática
de somente ofertar informação para obter um resultado para beneficiar poucos. Entretanto,
não basta somente inovar é preciso promover uma transformação.
Dessa
forma, na educação atual, a perspectiva é a oferta do ensino integral, mas não
somente ampliação do tempo na escola, mas principalmente, como diz Gadotti
(2000, p.8):
“[...]
significa orientar criticamente, sobretudo as crianças e jovens, na busca de
uma informação que os faça crescer e não embrutecer.”
Afinal,
continuando nosso pensamento com Gadotti:
“ A sociedade do conhecimento possui múltiplas oportunidades de
aprendizagem: parcerias entre o público e o privado (família, empresa,
associações, etc.); avaliações permanentes; debate público; autonomia da escola;
generalização da inovação.
As consequências para a escola e para a
educação em geral são enormes: ensinar a pensar; saber comunicar- se; saber
pesquisar; ter raciocínio lógico; fazer sínteses e elaborações teóricas; saber
organizar o seu próprio trabalho; ter disciplina para o trabalho; ser
independente e autônomo; saber articular o conhecimento com a prática; ser
aprendiz autônomo e a distância.”
Precisamos utilizar tudo isso a favor de uma
aprendizagem para todos. Assim sendo, são múltiplos os desafios da educação
nesse milênio e da escola como um todo, bem como das comunidades em que ela se
insere. A escola tem que conduzir-se,
assim nos implica Gadotti:
"É dever dela ser
cidadã e desenvolver na sociedade a capacidade de governar e controlar o desenvolvimento
econômico e o mercado. A cidadania precisa
controlar o Estado e o mercado, verdadeira alternativa ao capitalismo
neoliberal e ao socialismo burocrático e autoritário". (Moacir
Gadotti, p.9)
Na
atualidade a educação terá que refazer-se, vestir-se de novo sem, contudo
desfazer-se das boas experiências. Ela precisa dar abertura aos novos
conhecimentos que são saberes que vieram para perpetuar, sem retorno. Então é
necessário abrir espaço nessa nova escola para que o conhecimento se faça
presente, assim, sem nenhuma conotação partidária, pois para educar não precisa
ter lado, e nem tão pouco de crítica, nem que se opere sem refletir sobre a sua
prática. É preciso participação ativa, de uma escola viva, dialógica e
funcional.
Gadotti
também relembra o que Jacques Delors (1988) coordenador do relatório para a
UNESCO sobre Educação para o século XXI lega, quando ele mostra como principal
consequência da sociedade do conhecimento valorar a aprendizagem para toda a vida
e defini então, que a educação precisa se ater em quatro pilares a seguir:
aprender a conhecer, aprender a fazer, aprender a viver juntos e aprender a
ser. Com relação a esses pilares o grande educador brasileiro Tião Rocha (2009)
também faz alusões explicando o que nós precisamos para viver, dando as
seguintes elucidações:
“Eu falo que nós
vivemos, nós humanos, para cumprir quatro coisas: para ser educado, para ser
livre, para ser feliz e para ter saúde. Você só precisa ter saúde, o resto
precisa ser. Esse é o grande samba-enredo. O resto é alegoria e adereço”. Tião
Rocha
É
Gadotti ainda quem conclui:
“Os
educadores, numa visão emancipadora, não só transformam a informação em
conhecimento e em consciência critica, mas também formam pessoas.”
Em
suma, para que a educação seja verdadeiramente educativa, nesta atual perspectiva,
há de se fortalecer a prevalência das relações sociais, aumentando por isso o
diálogo entre os pares, permitindo a cooperação na superação dos conflitos e na
instituição de poder. Somente em busca
da participação de todos de forma mais expressiva no cotidiano escolar, com
comprometimento, é que teremos como consequência uma educação de qualidade, que
é direito do cidadão.
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