Juraci Reis
Não basta para a escola ter um discurso libertador, é necessário que haja exemplo daquilo que ela apregoa. Uma sociedade comprometida com a vida coletiva, que atue na promoção de uma forma de pensar mais justa, onde o direito de todos é respeitado, deve ter a participação social dos diversos atores que circundam as escolas.
Consideremos o que disse Paulo Freire: “Tudo o que a
gente puder fazer no sentido de convocar os que vivem em torno da escola, e
dentro da escola, no sentido de participarem, de tomarem um pouco o destino da
escola na mão também. Tudo o que a gente puder fazer nesse sentido é pouco
ainda, considerando o trabalho imenso que se põe diante de nós que é o de
assumir esse país democraticamente.” A maioria das escolas cita Paulo Freire em
seu PPP, mas negam os conceitos desse grande pensador quando a prática não
condiz com a teoria. Vemos escolas se dizendo cidadã - essa escola tão
proclamada por Freire; outras dizerem
que formam alunos críticos e participativos, mas em suas práticas divergem
inteiramente; assim sendo, enquanto a escola estiver utilizando desta dicotomia
e nós ficarmos ausentes deste processo, continuaremos promovendo escolas
excludentes.
Tornar a
escola uma organização aprendente, ou seja, transformá-la num ambiente de
desenvolvimento, esse o principal e decisivo objeto na transformação da escola.
A partir daí são ações, e todas realizáveis tais como: assegurar a
individualidade, oportunizar encontros entre profissionais para troca de
experiências e destes com a família, tornar essa família pertencente de um
sistema escolar dando-lhe voz e vez, formação continuada em serviço, limpeza e
organização, valorização da autonomia, participação nos colegiados, reconhecimento
e respeito as diferenças, controle de faltas e evasões, ênfase na interação,
trabalho em equipe, entre outros.
Indubitavelmente,
atuemos em benefício de todos fazendo a diferença na sociedade que
representamos, criando condições favoráveis à cidadania, e a partir disso,
avaliemos o quão fortalecido essa sociedade ficará com a parte que nos cabe.
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