quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Carta ao Jornal do Brasil sobre Política Nacional de Educação Especial - março de 2009




Também aqui em São Pedro da Aldeia não temos qualquer atendimento, nem clínico, nem pedagógico ou terapêutico.
Decidimos paralelo a luta pelo direito do nosso filho autista de 17 anos (direito questionado na Ouvidoria do MEC), tratá-lo em casa através da criação de um ambiente de aprendizado.
Acho absurdo a incompetência do poder público de gerir políticas públicas de qualidade para uma população que paga um dos impostos mais caro do mundo.
"Segundo a Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva de 2008, é garantido às pessoas com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades/superdotação atendimento educacional especializado, não substitutivo à escolarização. O atendimento educacional especializado disponibiliza os serviços e recursos da educação especial e orienta professores da classe comum do ensino regular. Sua função é identificar, elaborar e organizar recursos pedagógicos e de acessibilidade que eliminem as barreiras para a plena participação dos alunos, considerando suas necessidades específicas. Esse atendimento complementa e/ou suplementa a formação dos alunos com vistas à autonomia e independência na escola e fora dela. Sendo assim, o atendimento educacional especializado deverá ser oferecido em salas de recursos ou centros especializados.”
“Cabe à Secretaria de Educação do Município, enquanto executora das políticas de educação, oferecer a escolarização na escola comum de ensino regular, com garantia de acessibilidade pedagógica, atendimento educacional especializado em sala de recursos ou em centro especializado no contra-turno da escolarização, equipe multiprofissional e demais recursos e serviços necessários para a promoção da aprendizagem e participação do aluno."
Trecho da carta da Ouvidoria em resposta à denúncia pelo não atendimento à pessoa com autismo em São Pedro e em todas as cidades da Região dos Lagos. As resposta da Secretaria de Educação são das mais escabrosas. A última foi nos mandar esperar em casa para que montassem uma equipe multidisciplinar, e quando estivesse montada nos avisariam...estamos esperando há dois anos, mesmo cobrando e nenhuma resposta de equipe nem de escola. Ah! além de escola também os autistas precisam de médicos que não tenham medo de tratá-los e que conheçam o autismo; precisam de atendimento odontológico inexistente atualmente. Lembrando que num tempo bem próximo do que se pensa, todas as famílias terão um autista, segundo pesquisas americanas, é bom que se comece a trabalhar ou estaremos fadados a uma população de deficiência mental muito maior, que é para onde evolui o autista sem tratamento e escolarização.
Foi vergonhosa a fala do prefeito do Rio! Essa deve ser a fala uníssona entre os prefeitos que se vestem de hipocrisia e cinismo quando nos pedem votos; que roubam a esperança de  famílias com suas promessas mau ditas; que se enchem de brilhos pelo poder, mas escurecem suas mãos com a podridão da política suja.

Na época meu filho estava com 17 anos, hoje tem 21 e continua sem atendimento. Até quando as autoridades vão brincar de fazer políticas públicas?



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