quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

O autismo não está só na cabeça



Historicamente o autismo era considerado uma “misteriosa desordem do cérebro”, sugerindo que se inicia e termina no cérebro. Com o resultado de pesquisas de vários centros dedicados ao autismo e o trabalho pioneiro do ARI – Autism Research Institute analisando os comportamentos comuns entre autistas e procurando respostas em exames, emergiu uma perspectiva mais apropriada para o autismo como o cérebro sendo o resultado do funcionamento dos sistemas que envolvem o corpo humano. O autismo seria então o resultado de um organismo bioquimicamente desequilibrado.

Com essa perspectiva e de acordo com muitas pesquisas publicadas, existem 4 condições básicas impactadas no autismo e onde a dieta ajuda diretamente, melhorando assim as condições de como o autismo afeta o indivíduo:
1º Inflamação do intestino e Intestino Permeável;
2º Deficiência de Nutrientes;
3º Aumento de fungos;
4º Metilação e Sulfatação inadequada com aumento de toxicidade.

Vamos analisar um a um, em que afeta o autista e como ajudá-lo a melhorar.

1º Inflamação do intestino e Intestino Permeável:
Inflamação no intestino pode ser causada por toxinas, alergia ou sensibilidade alimentar e crescimento desordenado de bactérias.
Isto pode causar dores em geral (dores de cabeça, gases, refluxo, azia, má digestão, constipação, diarréia…) que afetam o comportamento: auto-agressão, estereotipias mecânicas como situações variadas onde esteja sempre de bruços ou em posição de feto, beliscões no corpo e nos  olhos, bater a cabeça, são sintomas comuns.
- Quando a digestão é pobre, o intestino muito permeável, os nutrientes dos alimentos não são adequadamente absorvidos. Isto leva a deficiência nutricional que pode afetar toda a função celular, inclusive uma baixa função cerebral.
- Opiáceos podem ser criados pela digestão incompleta do glúten e da caseína levando a sintomas de excesso de opiáceos: pensamentos conturbados e desfocados levando a falta de concentração e dificuldade de aprendizado, insensibilidade a dor, alteração dos sentidos com comportamentos inadequados e irritabilidade.
Como a dieta atua na inflamação intestinal:
Melhorando a digestão, reduzindo a inflamação e recuperando a integridade da mucosa intestinal. O comportamento, a linguagem e uma aparência mais saudável são as áreas onde notamos mais avanços.

Como agir

Remova os alimentos que inflamam o intestino.
Glúten, caseína, soja, milho e ovos são os mais comuns. Açúcar e óleos refinados também contribuem para a inflamação. Os alimentos exatos que devem ser removidos dependem de exames de alergia alimentar de cada um. Glúten e caseína além de ser os alérgenos mais comuns, pois são largamente consumidos por nossas crianças, quando são retirados melhoram o trânsito intestinal e consequentemente a disponibilidade de nutriente
- Introduza alimentos que recuperam a mucosa intestinal.
Óleo de peixe, sementes de linhaça e castanhas em geral, possuem ômega 3 que tem propriedades anti-inflamatórias. Alimentos fermentados também ajudam a recuperar a mucosa.
- Introduza alimentos probióticos e prebióticos
Alimentos fermentados como o kefir e o chucrute, são alimentos que contém probióticos, bactérias do bem que ajudam a reduzir a inflamação e ajudam a restaurar o equilíbrio da flora intestinal.

2º Deficiência de Nutrientes
A deficiência nutritiva é comum no autista devido a restrição e preferência alimentar, ou a baixa qualidade dos alimentos preferidos e consumidos. Já li vários textos utilizando uma expressão para os meninos de “carboman”, só consomem carboidratos refinados tipo massas e biscoitos.
Processos bioquímicos cerebrais complexos requerem o consumo de nutrientes e estes só estão disponíveis através do consumo da alimentação ou suplementação. Mesmo assim, o sistema gastrintestinal deve estar em bom funcionamento para que o alimento seja devidamente quebrado e absorvido. Para isso é necessário melhorar a digestão e incrementar os valores nutritivos dos alimentos consumidos.
A deficiência de nutrientes provoca uma percepção gustativa alterada e limitada e aliada a presença de metais pesados, provoca uma situação bastante comum no autismo – que é um distúrbio do paladar e onde vemos essas crianças consumirem produtos inapropriados e perigosos como: shampus, sabonetes, colas, tintas, tijolos…

Como agir

- Aumentando a qualidade e digestibilidade dos alimentos. Aumente a qualidade nutritiva praticando a pirâmide alimentar bem variada com os alimentos que fornecem realmente blocos construtores para o organismo.
Deixar grãos de molho aumenta a digestibilidade dos mesmos.
- Disfarce os vegetais para as “crianças difíceis”. Muitas crianças com autismo são difíceis de aceitar novos alimentos.  Você pode esconder os vegetais em formas de purê em alimentos como: almôndegas, hamburgueres, molhos, muffins, panquecas, feijão…
Se for necessário, volte no tempo e vá apresentando os alimentos como se faz com um bebê. A comunidade Alimentação e Saúde Infantil tem dicas e cardápios valiosos.
-Adicione suplementação. As enzimas digestivas ajudam a quebrar os alimentos e deixar os nutrientes disponíveis para serem absorvidos.  Através de um exame de fezes muito simples chamado coprologia funcional, seu médico pode saber quais alimentos não estão sendo devidamente processados e passar enzimas específicas de acordo. Você também pode suplementar com um complexo geral de multi enzimas. Mesmo assim, ainda pode ser difícil consumir os níveis terapêuticos adequados de nutrientes. Suplementar com multivitâminico, minerais, aminoácidos, ômegas, pode ser necessário.

3º Aumento de fungos
Fungos são micro organismos poderosos que afetam o nível de energia, a claridade de pensamentos e a saúde intestinal. Quando há o crescimento desordenado de fungos, as toxinas produzidas entram na corrente sanguínea e seguem até o cérebro onde podem provocar sintomas como: alienação, falta de clareza mental e comportamento viciado. O crescimento de fungos é detonado pelo uso de antibióticos ou devido a um sistema imunológico desequilibrado e gera uma inflamação intestinal que requer persistência para ser controlada.

Como agir

-Retire os açúcares.  A disbiose intestinal é medida através de exames num índice que vai de 1 a 5. Quando o indivíduo apresenta um índice menor que 4, geralmente reduzir drasticamente o consumo de açúcar e carboidratos refinados, aliados a procedimentos de melhora da digestão e aumento de probióticos, é o suficiente para controlar a situação. Quando a disbiose é maior que 4, geralmente é necessário tomar decisões dietéticas mais complexas. Até mesmo o açúcar de frutas, especialmente frutas secas e em sucos, pode ser um problema sério para alguns.
- Retire o fermento.  Alimentos que contém fermento (fermento é fungo) como: pães, uvas, ameixas, carnes maturadas e vinagres, alimentam os fungos e devem ser removidos.
-Retire os amidos.  Algumas famílias escolhem seguir a Dieta dos Carboidratos Específicos que elimina os amidos como: batatas, milho e grãos. Amidos se transformam em açúcar no organismo e alimentam as bactérias do mesmo jeito.
- Adicione alimentos fermentados.  Alimentos fermentados contém bactérias probióticas vivas que combatem as bactérias patogênicas e ajudam a restaurar a integridade intestinal.
- Aumente a imunidade. Um tratamento com suplementos para aumentar a imunidade corporal, com acompanhamento médico, pode ser benéfico. Desta forma diminue-se a necessidade de consumo de medicação e antibióticos que fazem piorar ainda mais a situação.

4º Metilação e Sulfatação inadequada com aumento de toxicidade
Metilação, Transulfatação e Sulfatação é um conjunto de atividades bioquímicas que não funcionam bem em muitas pessoas com autismo. Quando a metilação não funciona adequadamente, os neurotransmissores não podem ser metilados, portanto não são “ativados” como deveriam ser, aumentando ou detonando sintomas como: ansiedade, depressão, déficit de atenção e problemas com o sono.
Quando o processo de sulfatação não funciona bem, não é adequado, as toxinas e as químicas provenientes do ambiente e do consumo alimentar como: alumínio, mercúrio, glutamato, e toda sorte de ingredientes artificiais, não são eliminadas corretamente, provocando um acúmulo no organismo. A sulfatação inadequada enfraquece a barreira hemato encefálica e essas toxinas podem chegar até o cérebro e causar sintomas como: irritabilidade, agressão, hiperatividade e comportamento auto-lesivo. Além de aumentar as possibilidades de danos celulares e cerebrais.

Como agir

-Remova os alimentos que contém fenol.
Fenóis são encontrados em aditivos alimentares derivados do petróleo como: todos os corantes artificiais, sabores artificiais e preservativos. Até mesmo os fenóis de origem natural, chamados de salicilatos, presente nos alimentos tanto de origem convencional ou orgânica, devem ser eliminados quando uma séria deficiência de sulfatação é constatada. A lista de alimentos com salicilatos é grande e inclui alimentos como: uvas, pêssegos, cerejas, morangos, amoras, maçãs, amêndoas, mel …
- Evite os aditivos químicos.
Além dos preservativos, corantes e sabores artificiais como já citado, a retirada do glutamato monosódico, aspartame, nitritos e nitratos é crucial.
- Evite as toxinas provenientes da preparação dos alimentos.
O nível de toxina ingerido pode ser ainda maior com o uso de panelas de alumínio, enlatados, alimentos feitos em microondas com a utilização de recipientes plásticos ou armazenados em caixas plásticas.
- Dê preferência aos orgânicos.
Existem pesquisas comprovando que alimentos orgânicos tem maior quantidade de nutrientes do que os convencionais, além de você ficar livre de pesticidas e alimentos geneticamente modificados, ou antibióticos e hormônios quando come carne orgânica, aves e ovos caipiras.
- Adicione alimentos que dão suporte ao fígado.
Os antioxidantes dão suporte ao trabalho do fígado: beta caroteno, vit. A, C, E, B, ácido fólico e selênio. Alimentos ricos em enxofre são especialmente benéficos no processo de desentoxicação feito pelo fígado: brócolis, repolho, couve-flor…
Temperos como a canela e a curcuma também ajudam o fígado. A glutationa é um poderoso antioxidante e naturalmente abundante no fígado. Alimentos que dão suporte a níveis adequados de glutationa são: aspargos, melancia, brócolis, a erva silimarina, papaya e abacate.
- Aumente a Metilação e Sulfatação através de suplementação.
Doadores de metil e suplementos que dão sustentação ao processo de transulfatação, devem ser considerados. Vit. B12, folato, B6, DMG, TMG, magnésio e zinco são importantes nesses processos. Determinar quais suplementos são necessários, através de um acompanhamento médico e adicioná-los, pode ser de grande ajuda para reduzir o impacto do autismo.

COMO COMEÇAR? COLOCANDO A DIETA EM PRÁTICA
Quanto mais lenta a mudança, mais segura você se sentirá e mais duradouras serão estas mudanças. A proposta é de reeducação alimentar seguindo os moldes das explicações anteriores Você pode começar por onde quiser e se sentir mais confortável, mas um bom roteiro seria:

1º- Retire toda a alimentação vazia.
Balas, pirulitos, refrigerantes, caramelos, jujubas, gelatinas, salgadinhos (amendoins confeitados, cheetos, doritos, baconzitos), pipocas… Pra quê serve tudo isso? Você estará fazendo um grande favor a seu filho!!

2º- Higienize sua cozinha
Troque as panelas de alumínio por panelas de inox, vidro, ou ágata (estas devem ser mantidas sempre em perfeitas condições).  Panelas de barro também são boas opções, mas não são práticas para a vida moderna.
Utilize somente água mineral tanto para beber como para preparar os alimentos.  O tratamento de água das grandes cidades inclui grandes quantidades de cloro para esterilizar a água, só que o cloro também esteriliza nossos intestinos, matando tanto as bactérias más quanto as boas deixando-nos sem defesas.
- Substitua a pasta de dentes com flúor por outra marca sem flúor.  O flúor é altamente neurotóxico e não é raro ver autistas que comem pastas de dentes, meu filho era um. A água de muitas cidades também apresentam altos índices de flúor.
- Evite o uso do microondas ao máximo.  Não cozinhe em materiais plásticos.
- Não armazene alimentos em potes plásticos, especialmente se estiverem quentes.  O calor desprende toxinas do plástico que se transferem para os alimentos. Existem no mercado potes em inox ou vidro para armazenar os alimentos.

3º- Diminua o uso dos alimentos industrializados
Diminua drasticamente o uso de alimentos industrializados ou exclua-os da dieta completamente, isto seria o ideal. Esses alimentos seriam: hambúrgueres, salsichas, embutidos, enlatados, sorvetes, nuggets, envazados do tipo: sopas de pacotinhos, caldos knorr, comidas prontas para ir ao forno, sucos de caixinhas e garrafas… Existem ótimas receitas substitutas de todas estas guloseimas e você pode congelá-las para facilitar o dia-a-dia.

4º- Diminua o consumo de açúçar
 Quando falamos no consumo de açúcar, não estamos falando apenas do açúcar branco, mas também e principalmente do consumo de carboidratos refinados: biscoitos, pães, pizzas, massas em geral, bolos, cereais matinais…
- Aumente o consumo de “comida verdadeira” e estabeleça horários definidos para 6 refeições diárias: café da manhã, colação, almoço, lanche, jantar e ceia. Assim você diminuirá a falta de bobagens e a vontade de consumir alimentos inadequados.
- Aproveite este estágio para apresentar novos alimentos ao seu filho.  Pode ser difícil, mas não desista. Até mesmo as crianças neurotípicas tem muitas dificuldades em aceitar novos sabores e texturas. Há pesquisas em que crianças precisam ser apresentadas a diferentes alimentos em média de 15 vezes antes de aceitá-lo. Persistir sem se descabelar é o lema.

5º- Substitua o açúcar
Substitua o açúcar branco por estévia pura. Em alguns casos e ocasiões, pode-se utilizar açúcar mascavo orgânico ou mel direto do produtor, sem processamento industrial. Nesses casos, não ultrapasse o limite de 4 colheres de chá por dia no total.
- Não esqueça que em casos sérios de disbiose intestinal, procedimentos mais restritos em relação ao açúcar devem ser tomados. Nestes casos, há recomendações de dietas mais apropriadas.

6º – Retire todo o leite animal e seus derivados
Substitua o leite animal por leite vegetal, tanto o leite consumido puro, como o leite utilizado na fabricação de outras receitas.
O leite utilizado em receitas é mais fácil de ser substituido.
Quando a criança bebe muito leite e é difícil de aceitar uma troca, a forma mais fácil é ir misturando o leite vegetal ao leite animal aos poucos, para ela ir se acostumando ao gosto, até que você consiga retirá-lo por inteiro.

7º- Retire os alimentos com glúten
O glúten é encontrado em alimentos feitos com trigo, aveia, cevada, malte, centeio. No Brasil é fácil identificá-los pois todos os rótulos devem ter escrito se o alimento contém ou não contém glúten. Também existem ótimas receitas com todo tipo de pratos sem glúten. As opções de alimentos comprados prontos estão crescendo. Nossos grandes aliados são as lojinhas de produtos naturais. Se não encontrar os produtos que deseja, sugira ao dono ou gerente que passe a comercializá-los, muitos irão agradecer suas dicas.

Para receceber apostila completa (com algumas receitas, enviar e-mail para <strong>karluiza@gmail.com</strong> Se você quiser mais receitas com diversas opções para implementar a dieta com seu filho, entre em contato pelo e-mail  autismoemfoco@gmail.com
Agora é com você! Estude e vá para a cozinha!
Você pode baixar esse arquivo em pdf (é necessario o programa acrobat reader para abri-lo) e distribuir aos amigos ou simplismente ter em seu computador clicando aqui

 site pesquisado:     http://www.estouautista.com.br/index.php/dieta-sgsc/

Carta à Secretaria de Educação em São Pedro da Aldeia - março de 2008

Sobre a falta de atendimento ao nosso filho com autismo na escola pública


Ilmo Sr.
Evaldo de Souza Bittencourt
Secretário de Educação  de São Pedro da Aldeia-RJ

Conforme reunião ocorrida em 23/03/2006, vimos lembrá-lo de compromisso verbal assumido por V.Sa.naquela ocasião,  sobre atendimento ao nosso filho com autismo. O Ilmo. senhor Secretário, nos pediu um tempo para que pudesse montar em parceria com a Secretaria de Saúde, uma equipe multidisciplinar, por não possuir no município equipe em questão.
Dois anos se passaram. Entendemos que  já houve o tempo necessário para se organizar programas  e equipes de atendimento a várias patologias.
Como foi pedido por V.Sa.,  ficamos aguardando em casa o pronunciamento oficial através correspondência a ser enviada, assim que estivesse preparada a estrutura para o referido atendimento.
Mas como esse pronunciamento não se obteve, resolvemos entrar em contato com a Ouvidoria da Educação do MEC, que prontamente se colocou a disposição para solução desta pendência. Segue abaixo o email do MEC em resposta aos nossos questionamentos pela falta de atendimento não só ao meu filho, mas a todos os indivíduos com Transtorno Invasivo de Desenvolvimento.

Data:
27/03/2008 17:31:55
 
    De:
 
    Para:
 
    Cc:
 
    Assunto:
Escolarização e atendimento educacional especializad o para aluno autista
 
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Em e-mail enviado por Juraci Costa de Souza dos Reis, há a denúncia quanto a não aceitação de seu filho autista na escola e quanto à falta de atendimento educacional especializado. Solicita informações sobre os direitos de seu filho autista. Tendo em vista estas considerações, a Secretaria de Educação Especial do Ministério da Educação faz as seguintes considerações:
1- A Constituição Federal/88 define:
a.no artigo 205, que a educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho;
b.no artigo 206, que o ensino será  ministrado com base nos seguintes princípios: I- igualdade de condições para o acesso e permanência na escola; II -liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber; III - pluralismo de idéias e de concepções pedagógicas e coexistência de instituições públicas e privadas de ensino, entre outros;
c.no inciso IV do artigo 208, que o dever do Estado com a educação será efetivado mediante a garantia de atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino; e
2.A Lei 9.394/96 - LDB define as competências da União (art.9º), dos Estados e do Distrito Federal (art.10), dos Municípios (art.11), dos estabelecimentos de ensino (art.12), dos docentes (art.13) e da educação especial (art.58, 59 e 60), definindo que:
a.os estabelecimentos de ensino, respeitadas as normas comuns e as do seu sistema de ensino, terão a incumbência de: I - elaborar  e executar sua proposta pedagógica; V - prover meios para a recuperação dos alunos de menor rendimento; VI - articular-se com as famílias e a comunidade, criando processos de integração da sociedade com a escola;
b.os sistemas de ensino assegurarão aos alunos com necessidades especiais currículos, métodos, técnicas, recursos educativos e organização específicos para atender as suas necessidades.
3.A Resolução do Conselho Nacional de Educação/Câmara de Educação Básica nº 2/2001, que instituiu as Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica, trata do acesso dos alunos com necessidades educacionais especiais às instituições de ensino, determinando a obrigatoriedade de matricular todos os alunos em classes comuns, bem como de ofertar o atendimento educacional especializado àqueles que dele necessitar. 
4.A Síndrome de Autismo quando não é devidamente acompanhado por profissionais da área da saúde e da educação pode limitar as possibilidades de aprender. Alunos com Síndrome de Autismo que apresentam limitações, temporárias ou permanentes, no processo de aprendizagem, requerem atendimento às suas necessidades educacionais, organizado pela própria instituição de ensino, que deverá contemplar no seu projeto político pedagógico e Regimento Escolar as flexibilizações necessárias para oferta das condições necessárias à sua aprendizagem. E conforme princípios da educação inclusiva e marcos legais que embasam a política educacional nenhuma escola pode se eximir da responsabilidade de dar as respostas educativas necessárias para efetiva participação e aprendizagem de todos os alunos.
5.Os marcos legais e a política educacional em vigência no País asseguram o direito de acesso de pessoas com necessidades educacionais especiais às salas de aula e sua participação plena nas atividades da escola. A Lei nº 7.853/89, regulamentada pelo Decreto nº 3.298/99 que trata da Política Nacional da Pessoa Portadora de Deficiência, prevê que:
a.Constitui crime punível com reclusão de 1 (um) a 4 (quatro) anos e multa: recusar, suspender, procrastinar, cancelar ou fazer cessar, sem justa causa, a inscrição de aluno em estabelecimento de ensino de qualquer curso ou grau, público ou privado, por motivos derivados da deficiência que porta.
De acordo com a Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão (Brasília, setembro de 2004), em cartilha que orienta a inclusão escolar:

"apenas estes dispositivos legais bastariam para que ninguém negasse a qualquer pessoa com deficiência o acesso à mesma sala de aula de crianças ou adolescentes sem deficiência. Mas o argumento que vem logo em seguida é sobre a impossibilidade prática de tal situação, principalmente diante da deficiência mental. Assim, quando nossa Constituição Federal garante a educação para todos, significa que é para todos mesmo, em um mesmo ambiente, e este pode e deve ser o mais diversificado possível, como forma de atingir o pleno desenvolvimento humano e o preparo para a cidadania (art. 205, CF)."

Esse mesmo documento reconhece:

"O atendimento educacional especializado é uma forma de garantir que sejam reconhecidas e atendidas as particularidades de cada aluno com deficiência. São consideradas matérias do atendimento educacional especializado: Língua brasileira de sinais (Libras); interpretação de Libras; ensino de Língua Portuguesa para surdos; Sistema Braile; orientação e mobilidade; utilização do soroban; as ajudas técnicas, incluindo informática adaptada; mobilidade e comunicação alternativa/aumentativa; tecnologias assistivas; informática educativa; educação física adaptada; enriquecimento e aprofundamento do repertório de conhecimentos; atividades da vida autônoma e social, entre outras. A educação inclusiva garante o cumprimento do direito constitucional indisponível de qualquer criança de acesso ao Ensino Fundamental, já que pressupõe uma organização pedagógica das escolas e práticas de ensino que atendam às diferenças entre os alunos, sem discriminações indevidas, beneficiando a todos com o convívio e crescimento na diversidade."

Mais adiante o documento orienta a escola para a inclusão:

"A inclusão é um desafio, que ao ser devidamente enfrentado pela escola comum, provoca a melhoria da qualidade da Educação Básica e Superior, pois para que os alunos com e sem deficiência possam exercer o direito à educação em sua plenitude, é indispensável que essa escola aprimore suas práticas, a fim de atender às diferenças. Esse aprimoramento é necessário, sob pena de os alunos passarem pela experiência educacional sem tirar dela o proveito desejável, tendo comprometido um tempo que é valioso e irreversível em suas vidas: o momento do desenvolvimento. A transformação da escola não é, portanto, uma mera exigência da inclusão escolar de pessoas com deficiência e/ou dificuldades de aprendizado. Assim sendo, ela deve ser encarada como um compromisso inadiável das escolas, que terá a inclusão como conseqüência."

Segundo a Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva de 2008, é garantido às pessoas com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades/superdotação atendimento educacional especializado, não substitutivo à escolarização. O atendimento educacional especializado disponibiliza os serviços e recursos da educação especial e orienta professores da classe comum do ensino regular. Sua função é identificar, elaborar e organizar recursos pedagógicos e de acessibilidade que eliminem as barreiras para a plena participação dos alunos, considerando suas necessidades específicas. Esse atendimento complementa e/ou suplementa a formação dos alunos com vistas à autonomia e independência na escola e fora dela. Sendo assim, o atendimento educacional especializado deverá ser oferecido em salas de recursos ou centros especializados
Cabe à Secretaria de Educação do Município, enquanto executora das políticas de educação, oferecer a escolarização na escola comum de ensino regular, com garantia de acessibilidade pedagógica, atendimento educacional especializado em sala de recursos ou em centro especializado no contra-turno da escolarização, equipe multiprofissional e demais recursos e serviços necessários para a promoção da aprendizagem e participação do aluno.
Atenciosamente, Sinara Zardo.

Atenciosamente

Juraci Reis e José Reis Neto



Uma observação: já se passaram 07 anos (sete) e até hoje nenhuma equipe nos foi apresentada. Lembrando que não vale falar de clínicas ou CAPS e Centro de Atendimento (este montado em dezembro de 2010), visto que, nossos filhos tem o mesmo direito de estar em uma escola, como ressalta Sinara Zardo em resposta ao meu email. Além do mais, todas as leis protegem este direito que não são vislumbrados pelas Políticas Públicas.