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sábado, 20 de junho de 2015

Sexo seguro: o que o jovem sabe sobre isso?

Juraci Reis 

Na impotência de responder esta questão sozinha, fui a caça de subsídios com quem vivencia atualmente esta fase. Assim embrenhei em pesquisar junto aos jovens, para descobrir por quais motivos os levam a prática do sexo sem proteção, para confirmar ou negar as hipóteses em questão. De fato eles falaram que garota que deixa logo de cara são peguetes e, essas não são para casar. Então, afirma o fato de que para os meninos existem mulheres para casar e outras para transar. Coisa que para as meninas não passa pela cabeça, pois não dissociam um homem para o sexo e outro para o casamento. Para elas, também tem que existir sentimento antes de ir para a cama, ao passo que para o menino basta ter o órgão genital.
Deu para perceber também o machismo bem forte, claro que muito maior nos meninos, mas também nas meninas, ao referirem-se como o sexo com mais parceiros, permissivo aos meninos e não as meninas. Perguntado por que pensam assim, responderam que sempre foi assim, e que a mulher que sai com muitos homens é galinha.
– Mas, e o homem não? Não – disseram –  o homem é macho.
Senti uma cultura ainda muito enraizada de que o mundo é masculino de fato e, as mulheres tem que submeter a sua vontade e prazer. Pois nem as mulheres defendem o fato de ambos se respeitarem.
Questionados sobre o sexo seguro, as meninas foram mais enfáticas em dizer que não concordariam em manter relacionamento sexual sem proteção. Os meninos titubearam, mas disseram que usam, porém às vezes não dá tempo.
Mas se os meninos usam preservativo, porque há esse aumento na quantidade de  adolescentes grávidas? As meninas responderam que “quem se deixa engravidar é muito boba e inocente, perde a liberdade enquanto o carinha fica por aí dando em  cima de outras”.
Os meninos tiveram diferentes falas: uns disseram que os caras são uns babacas, outros falaram que as meninas que tem que se cuidar pra não engravidar, alguns se abstiveram de opinar, só riram.
Falei das doenças questionando-os sobre o fato de que se eles achavam que preservativo era só para evitar gravidez? E aqueles que acham que esse papel é da mulher, como fica na situação de risco e vulnerabilidade? Ficaram meio aturdidos e responderam mais baseados em conhecimento prévios do que, necessariamente pela prática verdadeiramente segura. Ou seja, fica também comprovado “O sentimento de autossuficiência” entre os meninos, levando-os a situação de riscos graves.
Quero reiterar o fato de que essa prática não provém somente dos jovens, visto que é uma prática antiga que vem sendo passada de geração a geração, em que homens vem expostamente, na História da humanidade, demonstrado seu poder sobre a mulher, alijando-as de direitos e empreitando deveres que dizem ser só delas. 


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