Segundo
RAMOS, baseada em Gohn, a Classe Hospitalar comparada a classe comum das
escolas regulares, somente se diferencia pela especificidade do espaço
destinado ao seu funcionamento e pela certificação, pois no âmbito hospitalar
os alunos não recebem certificados, ficando este a cargo da escola de origem do
aluno/paciente. Ambas as classes recebem educação formal com organização
metodológica, curricular, sequencial, funcionamento de acordo com a rede, regulamentação
em leis, ambiente próprio, necessidade disciplinar, tempo rígido e ensino
sistematizado. O que não ocorre na educação não formal, cuja metodologia surge
de uma problemática da vida ou emergentes situações que trazem à tona desafios
depreendendo ações próprias em tempo flexível.
As
duas classes, ou melhor, tanto da escola regular quanto da hospitalar, carecem
de organização conforme as diretrizes nacionais, sendo assim, a Classe
Hospitalar também precisa de professores certificados e concursados, pedagogos
preparados para o tipo de atendimento que exigirá deles uma dose extra de afeto
e reconhecimento do outro como ser único, que aprende de maneira diferenciada,
e que além disso, prevê atenção especial ao seu quadro deficitário
física/emocionalmente. Já na educação não formal, o ensino é ministrado fora da
escola, em locais informais, por pessoas das quais interagem entre si, porém sem
organização sistematizada e rígida, embora intencional. Ou seja, enquanto a educação
formal se ocupa de aulas em locais propícios, o ambiente onde se dá a educação
não formal é aquele onde o grupo de convivência se encontra, atendendo a
necessidade específica dele. Enquanto na classe regular e hospitalar os
alunos são diferenciados por séries e recebem ensino sistematizado relacionados
ao nível de aprendizado em que se encontram, a educação não formal “atua sobre aspectos subjetivos do
grupo; trabalha e forma a cultura política de um grupo” e “capacita os indivíduos a se tornarem
cidadãos do mundo, no mundo”.
O
papel do Pedagogo Hospitalar para Ramos(2007) é fundamentalmente “escutar
seu aluno, garantir sua aprendizagem, levá-lo às experiências enriquecedoras”. Escutar seu
aluno, uma ação importante para o desempenho de um bom trabalho e a garantia de
um aprendizado expressivo, capaz de promover mudanças. Também é papel do
Pedagogo Hospitalar planejar, organizar e coordenar cursos de capacitação aos
funcionários do hospital promovendo sua capacitação em serviço.