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segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Atividades para auxiliar pessoas com autismo no desenvolvimento de habilidades sociais

Atividades Interativas

As atividades interativas abaixo são exemplos de como procuramos elaborar atividades educacionais divertidas com o objetivo de promover o desenvolvimento das habilidades sociais e cognitivas de pessoas com diagnósticos do Espectro do Autismo, Transtornos Globais do Desenvolvimento,
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Síndrome de Asperger e características similares. Nosso objetivo é inspirar a pessoa com dificuldades de interação e comunicação para que ela queira interagir conosco e, dentro desta interação prazerosa, aprenda novas habilidades.

Quanto mais motivadora e divertida for a interação, maior a chance da pessoa com autismo permanecer espontaneamente na atividade conosco. Ao construirmos a interação, procuramos ajudar a pessoa com autismo a ficar altamente motivada por nossa ação. Oferecemos com empolgação alguma ação divertida baseada nas motivações e interesses da criança, daí o nome “ação motivadora”. Então se a criança gosta de música, por exemplo, nós podemos cantar, dançar e tocar algum instrumento musical. Se ela gosta de pular, nós podemos oferecer ajuda para ela pular na bola de fisioterapia.

Quando a criança já estiver altamente motivada por nossa ação, começamos a solicitar algo desafiador para ela. Por exemplo, o adulto faz cócegas (ação motivadora) várias vezes na criança sem pedir nada para ela. Apenas quando a criança já está altamente motivada pelas cócegas e demonstra de alguma forma querer mais, este adulto solicita algo desafiador para ela (o papel da criança na brincadeira), como falar uma palavra isolada ou uma sentença, olhar nos olhos, fazer algum gesto ou performance física específica, etc.

No momento em que a pessoa com autismo está altamente motivada por uma ação do adulto que a acompanha, ela tem a motivação como sua aliada para superar suas dificuldades e desenvolver habilidades. Ela supera suas dificuldades enquanto brinca com um outro ser humano! O prazer e a diversão na interação social levam a pessoa com autismo a querer interagir cada vez mais com outras pessoas e, conseqüentemente, aprender novas habilidades sociais, cognitivas, emocionais e motoras. Investir na conexão amorosa e divertida com a pessoa com autismo beneficia o relacionamento e o aprendizado.

É importante que cada atividade seja elaborada levando-se em conta as necessidades, os interesses e o estágio de desenvolvimento de cada indivíduo, de forma que a atividade seja motivadora, acessível e que promova com eficácia o desenvolvimento de habilidades específicas. Uma mesma atividade pode ser adaptada alterando-se: a meta educacional; o grau do desafio relacionado a uma mesma meta; a ação motivadora; o personagem ou a temática. As atividades a seguir trazem exemplos de como podemos oferecer estas variações para melhor atender às metas, aos interesses e necessidades da criança.

Clique aqui para baixar um pdf com todas as atividades.

Clique nos títulos das atividades ou em "Leia mais" ao final de cada atividade para ler a descrição completa das brincadeiras contendo as dicas de como brincar, variações e observações.

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Atividade 1: Cócegas do Personagem Favorito
Interesses: Cócegas, suspense, vozes de personagens, máscaras, personagem favorito de sua criança (por exemplo, o Pablo do desenho animado dos Backyardigans).
Metas principais: Comunicação verbal. Desenvolver período de atenção compartilhada de 5min ou mais.
Ação motivadora (o papel do adulto): O adulto veste uma máscara, age e fala como o Pablo - personagem dos Backyardigans favorito da criança - enquanto faz cócegas na criança.
Solicitação (o papel da criança): A criança falar a palavra “Cócega” para pedir que o adulto faça cócegas nela.
Estrutura da atividade: O adulto fantasiado informa que ele agora é o Pablo, imita a voz e os trejeitos do personagem e, com animação, anuncia que vai fazer cócegas na criança. Se a criança permitir a aproximação do adulto, ele faz cócegas nela sem pedir nada em troca, apenas faz cócegas e nomeia sua ação dizendo de forma clara e divertida a palavra “Cócega!”. O adulto estabelece uma atividade cíclica em que ele faz cócegas por alguns momentos, afasta-se fazendo suspense e.... Leia Mais

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Atividade 2: Passeio no Super Carro
Interesses: Brincadeiras físicas, ser puxado sobre um colchonete, rodar, cócegas, massagens, bolhas de sabão, personagens favoritos de sua criança (por exemplo, os carros McQueen e Mate, da animação “Carros”, da Disney).
Metas principais: Comunicação verbal. Desenvolver período de atenção compartilhada de 10min ou mais.
Ação motivadora (o papel do adulto): Levar a criança para passear pelo quarto sobre um colchonete, edredom, lençol ou lycra, com ou sem travesseiro. Você, utilizando o colchonete, representará o personagem McQueen, que levará a criança para variados tipos de passeios no quarto e estacionará em diferentes locais da cidade, como o Lava-Rápido (massagem), a Sorveteria de Pistache do Mate (cócegas) e o Trator das Bolhas (bolhas de sabão).
Solicitação (o papel da criança): Falar a palavra “passear” para pedir por mais passeio no carro do McQueen.
Estrutura da atividade: Você pode se caracterizar de McQueen vestindo-se de vermelho e prendendo um cartaz do McQueen em sua camiseta. Se você tiver uma caixa ... Leia Mais

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Atividade 3: O Sapo Comedor de Bolhas
Interesses: Bolhas de sabão, movimentos corporais amplos, onomatopeias, efeitos sonoros, expressões faciais exageradas, suspense, animais.
Metas principais: Comunicação verbal. Contato visual. Desenvolver período de atenção compartilhada de 5min ou mais.
Ação motivadora (o papel do adulto): Fazer bolhas de sabão e, com suspense e animação, manusear o fantoche do sapo para que ele “coma” as bolhas.
Solicitação (o papel da criança): Falar a palavra “Bolha”. Em algumas regiões brasileiras a bolha de sabão é chamada de bola de sabão. Se sua criança reside em uma destas regiões, modele e solicite que ela tente falar a palavra “Bola”.
Preparação da atividade: Traga um potinho de fazer bolhas de sabão e um fantoche de sapo para o quarto. Se o fantoche for daqueles que abrem a boca, fica mais interessante ainda!
Estrutura da atividade: Apresente o potinho de bolhas e comece a soprar bolhas para a criança. Se ela se interessar, faça mais bolhas. Modele a palavra com a qual a criança poderá pedir por mais bolhas de sabão: você diz “Bolhas” diversas... Leia Mais

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Atividade 4: A TV Musical
Interesses: Canções infantis, gestos com os dedos para acompanhar as canções, danças, programas de TV, vídeos ou DVDs (por exemplo, o DVD educativo do Coelho Sabido, vídeos musicais da Galinha Pintadinha, etc).
Metas principais: Contato visual. Imitação e participação física.
Ação motivadora (o papel do adulto): Ser um coelho que canta as canções infantis favoritas da criança dentro de uma tela de TV de papelão. Fazer gestos com os dedos e mãos para acompanhar a letra das canções.
Solicitação (o papel da criança): Olhar nos olhos do adulto para demonstrar interesse na continuidade da atividade interativa.
Preparação da atividade: Confeccione uma TV de papelão. Utilize uma caixa de papelão com dimensões de cerca de 50cm X 50cm X 40cm de forma que na tela de sua TV (buraco na caixa) caibam a sua cabeça, parte do busto e suas mãos. Você pode colar alguns círculos coloridos de papel ou E.V.A abaixo da tela representando os botões da TV de volume e de canais. Orelhas de coelho feitas de papel ou tecido ajudam a caracterizar seu personagem.
Estrutura da atividade: Entre na TV vestido de coelho e explique que você... Leia Mais

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Atividade 5: Dado das Brincadeiras
Interesses: Brincadeiras físicas, pular, rodar, cair, balançar, massagem com diferentes pressões, andar de cavalinho nas costas do adulto, jogar objetos para cima e vê-los cair.
Metas principais: Desenvolver atenção compartilhada de 15 minutos ou mais. Flexibilidade. Participação física.
Ação motivadora (o papel do adulto): Oferecer 6 diferentes ações motivadoras para a criança de acordo com a faceta sorteada de um dado gigante
PULAR: Ajudar a criança a pular bem alto a segurando pelo tronco, ou segurando em suas mãos enquanto ela pula em uma pequena na cama elástica, ou ainda pulando sentada em cima de uma bola de Pilates ou fisioterapia.
RODAR: Girar em torno do próprio eixo com a criança em seu colo.
CAIR: Levantar a criança e gentilmente deixá-la cair em segurança sobre um conjunto de almofadas, pufes ou colchões.
BALANÇAR: Balançá-la em seus braços para uma lado e para outro, ou balançá-la para frente e para trás em seu colo enquanto vocês estão sentados em uma bola de fisioterapia, ou ainda balançá-la em uma rede no quarto.
APERTAR: Oferecer massagens com diferentes tipos de movimentos e intensidades de pressão nas diversas partes do corpo da criança.
CAVALO (ou PASSEAR): Levar a criança para andar de cavalinho em suas costas.
Solicitação (o papel da criança): Jogar o dado gigante.
Preparação da atividade: Confeccione um cubo grande... Leia Mais

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Atividade 6: Fazendo a História
Interesses: Animais, meios de transporte, efeitos sonoros e onomatopeias.
Metas principais: Acompanhar e compreender uma sequência narrativa. Participação física.
Ação motivadora (o papel do adulto): Contar uma história para a criança utilizando a sequência narrativa de um livro caseiro personalizado. Utilizar sua expressividade facial, corporal e de voz em breves encenações para ajudar a criança a manter-se atenta e motivada durante toda a história. Oferecer opções de cartões para que a criança complete a história.
Solicitação (o papel da criança): Escolher o cartão que completará cada trecho da história do livro.
Preparação da atividade: Confeccione um livro personalizado utilizando papel de tamanho A3 e deixe espaços em branco no texto para que cartões possam ser encaixados de forma a completar a história. Confeccione de 2 a 4 cartões diferentes como opções para cada espaço em branco. Os cartões podem conter apenas fotos/desenhos, conter fotos/desenhos e palavras, ou apenas palavras, dependendo do estágio de desenvolvimento das habilidades cognitivas de sua criança. Plastifique tanto o livro como os cartões e cole um fita de Velcro no verso dos cartões e nos trechos em branco do livro para que os cartões possam ser encaixados desta forma. Abaixo um exemplo de história e de cartões... Leia Mais

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Atividade 7: O Show das Charadas (sessão a 3)
Interesses: Personagens favoritos da criança, responder a perguntas, demonstrar seu conhecimento (ser o perito), programas de perguntas da televisão.
Metas principais: Desenvolver interesse em informações pessoais. Flexibilidade.
Ação motivadora (o papel do adulto líder): Ser um apresentador de programa de televisão que sorteia e lê o cartão com as dicas de cada charada para os 2 participantes.
Modelo social (o papel do adulto assistente ou da 2a criança): Ser um dos participantes do jogo e, com animação, atender às instruções do líder ouvindo as perguntas e tentando adivinhar a charada em sua vez, agindo como o modelo para a sua criança.
Solicitação (o papel da criança)
: Ouvir as perguntas e tentar adivinhar a charada, seguir as regras do jogo, alternar a vez.
Preparação da atividade: Confeccione uma série de cartões. Cada cartão contém 10 dicas referentes a uma pessoa ou um personagem a ser adivinhado. As pessoas podem ser personalidades do mundo, familiares, amigos ou personagens de filmes, animações, livros ou gibis. Utilize acessórios divertidos para se caracterizar como um apresentador de... Leia Mais

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Atividade 8: A Aventura da Caça ao Tesouro
Interesses: Suspense, comédia pastelão, encontrar objetos escondidos, tesouros, personagens favoritos da criança (por exemplo, a turma do Peter Pan).
Metas principais: Participação física em jogo simbólico. Flexibilidade – participação em jogo com diversas etapas, estrutura complexa e um conjunto de regras. Desenvolver período de atenção compartilhada de 20 minutos ou mais. Solução de problemas. Comunicação verbal.
Preparação da atividade: Confeccione um mapa do tesouro. O mapa consiste no tracejado de um caminho que passa por cerca de 5 ou 6 lugares imaginários antes de se chegar ao esconderijo do tesouro. Cada lugar tem um nome e uma figura pictórica representativa. Numere os lugares de acordo com a sequência a ser seguida no mapa. Por exemplo, o trajeto do mapa tem o início no lugar 1, que é casa da Wendy. O lugar 2 pode ser a árvore oca onde os meninos perdidos moram, o lugar 3 a aldeia dos índios, o lugar 4 o barco do Capitão Gancho, o lugar 5 a parte do mar onde mora o crocodilo Tique-Taque, e o lugar 6 a gruta do tesouro.
Confeccione também, antes da sessão, 6 pistas escritas em tiras de ... Leia Mais

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Atividade 9: O Seu Próprio Jogo de Tabuleiro
Interesses: Conquista de objetivos, demonstrar seu conhecimento (ser o perito) em seu assunto favorito, suspense/antecipação, aventuras com os personagens favoritos (por exemplo, a turma do Batman).
Metas principais: Flexibilidade – ajudar a criança, o adolescente ou o adulto a participar de um jogo com diversas etapas, estrutura complexa e um conjunto de regras. Desenvolver período de atenção compartilhada de 20 minutos ou mais. Participação física em jogo simbólico. Comunicação verbal.
Preparação da atividade: Desenhe em uma cartolina o caminho do jogo todo dividido em casinhas nas quais os jogadores moverão suas peças. Inclua um início e um fim. Pinte as casinhas com 3 cores diferentes alternadas. Plastifique o tabuleiro para que ele fique mais resistente e para que possa ser reutilizado em outras sessões com outras temáticas. Cole figuras em alguns pontos do caminho para representar a aventura do Batman, como a Bat Caverna, o Batmóvel, a Mulher Gato, o esconderijo do Charada.
Confeccione até 30 cartões divididos em 3 categorias representadas pelas... Leia Mais

© 2013 Inspirados pelo Autismo -- Contato: info@inspiradospeloautismo.com.br

Acesso em 28/01/2013, São Pedro da Aldeia - Brasil

sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Brasileiro está a um passo de se tornar o melhor professor dos Estados Unidos.

QUINTA-FEIRA, 17 DE JANEIRO DE 2013

Por Chris Delboni | Coluna Direto de Miami (http://colunistas.ig.com.br/diretodemiami)

Fotos de Carla Guarilha
O brasileiro Alexandre Lopes foi selecionado um dos quatro finalistas escolhidos entre todos os estados norte-americanos para concorrer ao titulo de “Melhor Professor do Ano” dos EUA.  A decisão sai daqui a três meses.
Os demais candidatos são professores do colegial nas áreas de exatas, inglês e música nos estados de Washington, Maryland e New Hampshire.
O brasileiro, único finalista professor de jardim de infância, desenvolveu um programa de inclusão que já abocanhou os prêmios de “Melhor Professor do Ano” do condado de Miami-Dade, em março, e do estado da Flórida, em julho.

Alexandre Lopes com alguns de seus alunos na escola Carol City Elementary. Foto de Carla Guarilha.
Agora, o petropolitano pode se tornar o maior representante de educação dos Estados Unidos da América.
O prêmio “National Teacher of the Year” ou Melhor Professor do Ano Nacional, foi constituído em 1952 e é o mais tradicional e respeitado na área de educação aqui.
Será entregue ao finalista em abril pelas mãos do Presidente Barack Obama numa cerimônia na Casa Branca, sede do governo americano.
Nesta entrevista exclusiva ao Direto de Miami, Alexandre Lopes conta como conquistou o título estadual, como sua vida mudou no último ano desde que se tornou o “Embaixador da Educação” da Flórida e onde quer chegar.
No vídeo, Alexandre Lopes reflete sobre sua filosofia e missão de vida e conta o que o levou ao título de “Melhor Professor do Ano” da Flórida.
ENTREVISTA:
Direto de Miami:  Como o título de Melhor Professor do Ano da Flórida transformou sua vida?
Alexandre Lopes: É tanta mudança que é difícil saber por onde começar.  Me tornei um palestrante, e em três meses, já fui o palestrante principal para um público de 300 pessoas em eventos que reúnem estudantes, catedráticos, políticos e pessoas influentes na área de educação, às vezes até mesmo da economia local.  Há menos de um ano, meu público eram meus alunos de 3, 4, 5 anos de idade.  Me surpreende que as pessoas queiram me escutar – escutar o que eu tenho a dizer. Fico feliz de ter me tornado uma pessoa capaz de motivar os outros, de inspirar os outros a encontrarem dentro deles o que eles tem de melhor para o mundo educacional e o mundo em geral.
DM: Qual sua mensagem principal?
AL: Sou um imigrante que vim para os Estados Unidos aos 26 anos de idade, aprendi o inglês, que não é minha língua materna.  Acho que isso tem um poder muito grande, porque fala para os imigrantes deste país, dos Estados Unidos, cujos filhos estão agora também na escola e em busca do sonho americano, fala para os americanos em si que estão educando os filhos de imigrantes. Como imigrante, como latino, ter vencido, é uma mensagem muito importante.

Em sua casa em Miami, com seus troféus ao lado. Foto de Carla Guarilha.
DM: Quem era o Alexandre antes dessa premiação e quem é o Alexandre hoje?
AL: Eu sinto que cresci muito.  O que me deixava feliz era trabalhar com crianças de 3 a 5 anos de idade, num sistema de inclusão total, numa área onde meus alunos eram imigrantes, minorias étnicas e raciais, estudantes com autismo em um sistema sem preconceitos.  Terminei meu mestrado, estava fazendo o doutorado e trabalhava com projetos para desenvolver a qualidade de ensino.  Mas eu não era uma pessoa pública.  Agora represento o Departamento de Educação da Flórida.  O meu título de “Embaixador para Educação” é regido pela lei do estado da Flórida.
DM: O senhor parece lidar muito bem com essa sua nova condição de pessoa pública.  Como chegou intimamente a essa maturidade?
AL: Acho que é importante que as pessoas vejam que eu lutei para chegar onde estou, não só profissionalmente mas como pessoa. Eu fiz um processo terapêutico com a [psicóloga brasileira] Rosane Wechsler aqui em Miami e foi muito bom.  Através de um processo de autoconhecimento, ela fez com que eu deixasse de lado incertezas e inseguranças e tivesse confiança com relação às minhas decisões e vontade de vencer, não só de uma maneira pessoal como também de forma profissional.  Eu aprendi a aceitar minhas diferenças.
DM: Hoje sua voz está transformando muita coisa na área de educação.
AL: Acho que minhas ideias são um pouco inovadoras – mas a maneira pela qual eu as exponho, eu as expresso, faz com que as pessoas não se sintam intimidadas por elas.

Alexandre escorrega com seus alunos no "playground" da escola. Foto de Carla Guarilha.
DM: O que o senhor acha que trouxe na sua trajetória de vida para chegar nesse momento?
AL: Eu vou a luta.  Não gosto de escutar quando as pessoas falam, ‘você é uma pessoa inteligente’.  Você pode ser a pessoa mais inteligente do mundo, mas se você não faz seu dever de casa, você não vai chegar em lugar algum.
DM: Inclusão seria uma palavra para descrevê-lo?
AL: Seria uma inclusão gerada através de uma aceitação social.  Minha luta é de uma aceitação social.  Todas as pessoas tem seu potencial único e que bom que é único.  O que aconteceria se não houvesse polêmica e ideias diferentes das nossas?  Será que cresceríamos? Acho que é isso, uma  aceitação social, total e irrestrita para que as pessoas acreditem em si, gostem de si e cheguem ao seu potencial, seja ele qual for.

A aluna de Alexandre foi correndo lhe dar um abraço assim que o viu. Foto de Carla Guarilha.
DM: E foi isso que os membros do comitê de seleção da Florida viram no senhor e acha que podem ver na decisão final do titulo de professor do ano de todo o país?
AL: Acho que eles viram em mim uma pessoa capaz de inspirar nos outros e de motivar os outros a buscarem o sonho americano através da educação.
DM: E agora?  Qual o futuro do Professor do Ano da Flórida de 2013, e quem sabe dos Estados Unidos?
AL: Já tive convites de filiar-me à universidades, e estou fazendo um malabarismo para terminar o doutorado o mais rápido possível.  Se quiser posso voltar para sala de aula.  Mas não sei se seria exatamente aonde eu faria a maior diferença.  Eu já esperava que no futuro me tornaria um professor universitário, trabalhando com pesquisas e ensinando a outras pessoas o que levou a tornar-me professor do ano.  Me vejo como um mediador de ideias.  Acredito nas minhas ideias mas estou sempre aberto a escutar as ideias dos outros.
DM: Sete palavras para descrever um professor de sucesso:
AL: Eduque-se, informe-se, acredite-se, ame-se, apaixone-se, entregue-se e libere-se.
DM: Qual o segredo do seu sucesso?
AL: Muito esforço, auto-aceitação e amor ao próximo.

Alexandre Lopes na sala de aula durante uma recente visita a escola. Foto de Carla Guarilha.
Para ler a coluna original quando Alexandre Lopes foi escolhido professor do ano de Miami-Dade, clique aqui.
Para acompanhar as atividades de Alexandre no Facebook, clique aqui.
Autor: Chris DelboniTags: 

Acesso em 19/01/13 as 01:45 - São Pedro da Aldeia - Brasilhttp://colunistas.ig.com.br/diretodemiami/2013/01/17/brasileiro-esta-a-um-passo-de-se-tornar-o-melhor-professor-dos-estados-unidos/

domingo, 13 de janeiro de 2013

Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista

 Informações advindas do Blog "Mundo Azul o Brasil precisa conhecer o Autismo"
A Presidenta Dilma Rousseff acaba de aprovar o projeto de Lei que Institui a Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista.
A Presidenta Dilma Rousseff acaba de aprovar o projeto de Lei que Institui a Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista. Parabéns a todos os familiares ,amigos que juntos deram o seu suor por este projeto.

O Mundo Azul formado pelo grupo de pais fica feliz por esta grande conquista e com certeza vamos continuar a lutar pelos direitos,informando e conscientizando o Autismo.

Deixo uma reflexão para todas as lideranças:

"A luta tem que continuar, não podemos desistir nunca.

A voz dos nosso filhos depende da nossa UNIÃO.

Podemos ERRAR, mas o que importa é lutar com dignidade e determinação.

Com o tempo vamos acertar e conquistar com calma os Direitos para os nossos filhos."


O Mundo Azul -Grupo de Pais

O Brasil Precisa Conhecer o Autismo deseja a todos.

Um Feliz Ano Novo .

Ilton Caruso.

Membro Fundador do Mundo Azul.


BRASÍLIA – DIÁRIO OFICIAL DA UNIÃO 28 dez 2012
LEI 12.764, DE 27 DE DEZEMBRO DE 2012
Institui a Política Nacional de Proteção dos
Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista; e altera o § 3o
do art. 98 da Lei 8.112, de 11 de dezembro de 1990.

A  P R E S I D E N T A  D A  R E P Ú B L I C A
Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

Art. 1ºEsta Lei institui a Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista e estabelece diretrizes para sua consecução.

§ 1º Para os efeitos desta Lei, é considerada pessoa com transtorno do espectro autista aquela portadora de síndrome clínica caracterizada na forma dos seguintes incisos I ou II:
I – deficiência persistente e clinicamente significativa da comunicação e da interação sociais, manifestada por deficiência marcada de comunicação verbal e não verbal usada para interação social;
ausência de reciprocidade social; falência em desenvolver e manter relações apropriadas ao seu nível de desenvolvimento;
II – padrões restritivos e repetitivos de comportamentos, interesses e atividades, manifestados por comportamentos motores ou verbais estereotipados ou por comportamentos sensoriais incomuns;
excessiva aderência a rotinas e padrões de comportamento ritualizados; interesses restritos e fixos.

§ 2º A pessoa com transtorno do espectro autista é considerada pessoa com deficiência, para todos os efeitos legais.

Art. 2º São diretrizes da Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista:
I – a intersetorialidade no desenvolvimento das ações e das políticas e no atendimento à pessoa com transtorno do espectro autista;
II – a participação da comunidade na formulação de políticas
públicas voltadas para as pessoas com transtorno do espectro autista e
o controle social da sua implantação, acompanhamento e avaliação;
III – a atenção integral às necessidades de saúde da pessoa com
transtorno do espectro autista, objetivando o diagnóstico precoce, o
atendimento multiprofissional e o acesso a medicamentos e nutrientes;
IV – (VETADO);
V – o estímulo à inserção da pessoa com transtorno do espectro autista no mercado de trabalho, observadas as peculiaridades da deficiência e as disposições da Lei no 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente);
VI – a responsabilidade do poder público quanto à informação pública relativa ao transtorno e suas implicações;
VII – o incentivo à formação e à capacitação de profissionais especializados no atendimento à pessoa com transtorno do espectro autista, bem como a pais e responsáveis;
VIII – o estímulo à pesquisa científica, com prioridade para estudos epidemiológicos tendentes a dimensionar a magnitude e as características do problema relativo ao transtorno do espectro autista
no País.

Parágrafo único. Para cumprimento das diretrizes de que trata este artigo, o poder público poderá firmar contrato de direito público ou convênio com pessoas jurídicas de direito privado.

Art. 3º São direitos da pessoa com transtorno do espectro autista:
I – a vida digna, a integridade física e moral, o livre desenvolvimento da personalidade, a segurança e o lazer;

II – a proteção contra qualquer forma de abuso e exploração;

III – o acesso a ações e serviços de saúde, com vistas à atenção integral às suas necessidades de saúde, incluindo:
a) o diagnóstico precoce, ainda que não definitivo;
b) o atendimento multiprofissional;
c) a nutrição adequada e a terapia nutricional;
d) os medicamentos;
e) informações que auxiliem no diagnóstico e no tratamento;

IV – o acesso:
a) à educação e ao ensino profissionalizante;
b) à moradia, inclusive à residência protegida;
c) ao mercado de trabalho;
d) à previdência social e à assistência social.

Parágrafo único. Em casos de comprovada necessidade, a pessoa com transtorno do espectro autista incluída nas classes comuns de ensino regular, nos termos do inciso IV do art. 2o, terá direito a acompanhante especializado.

Art.  4º A pessoa com transtorno do espectro autista não será submetida a tratamento desumano ou degradante, não será privada de sua liberdade ou do convívio familiar nem sofrerá discriminação por
motivo da deficiência.

Parágrafo único. Nos casos de necessidade de internação médica em unidades especializadas, observar-se-á o que dispõe o art. 4o da Lei no 10.216, de 6 de abril de 2001.

Art. 5º A pessoa com transtorno do espectro autista não será impedida de participar de planos privados de assistência à saúde em razão de sua condição de pessoa com deficiência, conforme dispõe o art. 14 da Lei no 9.656, de 3 de junho de 1998.

Art. 6º V E TA D O ) .

Art.  O gestor escolar, ou autoridade competente, que recusar a matrícula de aluno com transtorno do espectro autista, ou qualquer outro tipo de deficiência, será punido com multa de 3 (três) a 20 (vinte) salários-mínimos.

§ 1º Em caso de reincidência, apurada por processo administrativo, assegurado o contraditório e a ampla defesa, haverá a perda do cargo.

§ 2º ( V E TA D O ).

Art. 8º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.


Brasília, 27 de dezembro de 2012;

191o da Independência e 124o da República.
DILMA ROUSSEFF
José Henrique Paim Fernandes
Miriam Belchior

Acesso em 13/01/13 às 20:15, Milpitas - CA

http://www.mundoazul.org.br/noticia/noticias.php?id=541

Autismo: Principais características e informação sobre o tema


Autismo

Programa Especial explica as principais características e esclarece dúvidas frequentes
Juliana Oliveira e Denise FonsecaJuliana Oliveira e Denise FonsecaPrograma Especial desta semana trata de autismo. Em homenagem ao tema, Juliana Oliveira está vestida de azul, cor escolhida pela ONU para simbolizá-lo.

Muitos ainda têm dúvidas sobre o que é o autismo. Neurologista infantil e especialista em educação inclusiva, Carla Gikovate esclarece as principais características. “O tripé da dificuldade social, da dificuldade de comunicação e da dificuldade no sentido de ser flexível, quer dizer, uma pessoa mais repetitiva, é a base do diagnóstico de autismo”, explica a médica. 
Juliana Oliveira recebe Denise Fonseca, uma das fundadoras do Grupo Mundo Azul – formado por pais de autistas – e mãe de João Pedro, que tem autismo. Ela conta como sua família encara o autismo e sobre os objetivos do grupo, que luta por maior divulgação de informação sobre o tema.
Em Volta Redonda, o programa visita a Associação de Pais de Autistas e Deficientes Mentais (Apadem), instituição em Volta Redonda voltada para a formação e inclusão de pessoas dentro do espectro autístico. A presidente Cláudia Moraes explica como funciona o atendimento. Ainda: parceiros da Apadem realizam atividades como equoterapia e aulas de computação.



Apresentação: Juliana Oliveira
reportagem: Fernanda Honorato e José Luiz Pacheco
Para ser 100% acessível ao telespectador, o programa conta com os seguintes recursos: janela de LIBRAS, a Língua Brasileira de Sinais (para as pessoas com deficiência auditiva que não leem português); legendas em português (para as pessoas com deficiência auditiva que não falam LIBRAS) e áudio descrição (as imagens que aparecem são descritas por um locutor para que as pessoas com deficiência visual saibam o que está sendo mostrado).

Acesso em 13/01/13 - Milpitas, CA

sábado, 12 de janeiro de 2013

Estudo liga diversas mutações genéticas, nem todas herdadas, ao autismo


A maior análise genética já feita no mundo em autistas e em suas famílias determinou que muitos pacientes têm um padrão único de mutações genéticas, e que não necessariamente herdado.
As descobertas, publicadas na edição desta semana da revista Nature, ajudam a confirmar o forte papel que os genes desempenham no autismo, e sugere que os pequenos defeitos genéticos podem começar nos óvulos e esperma dos pais.
"Nossa pesquisa sugere fortemente que esse tipo de variação genética rara é importante e responde por uma porção significativa da base genética do autismo", disse Tony Monaco, do Centro Welcome Trust de Genética Humana da Universidade Oxford, que participou da chefia do estudo.
"Ao identificar as causas genéticas do autismo, esperamos ser capazes, no futuro, de melhorar o diagnóstico e o tratamento dessa condição", disse ele a jornalistas.
O Projeto Genoma do Autismo estudou os genes de 996 pessoas com autismo e 1.287 sem, todas de ancestralidade europeia.
A equipe descobriu que pessoas com autismo tendem a ter mais perdas e duplicações de blocos inteiros de DNA. Essas deleções e inserções são chamadas variantes de número de cópias, e podem interferir no funcionamento dos genes.
Pessoas com autismo têm, em média 19% mais dessas mudanças genéticas que as sem a condição. Os pesquisadores também determinaram que cada caso de autismo tem um conjunto diferente de perturbações, embora algumas afetem genes de função similar.
"Aqui é onde fica complicado. Vasa criança mostrou uma perturbação diferente em um gene diferente", disse o médico Stanley Nelson, da Universidade da Califórnia em Los Angeles (UCLA).
Daniel Geschwind, também da UCLA, declarou que as descobertas indicam que "minúsculos erros genéticos podem ocorrer durante a formação dos óvulos e esperma dos pais", e que essas variações acabam copiadas no genoma da criança.
"A criança autista é a primeira pessoa da família a carregar a variante. Os pais não têm", disse ele.
A descoberta apoia o consenso emergente de que o autismo é causado, em parte, por "variantes raros", ou mudanças genéticas, que só aparecem em menos de 1% da população.
Embora cada variante só responda por uma pequena parcela dos casos de autismo, juntas elas começam a dar conta de uma grande porcentagem.



Acesso em 12/01/13 as 21:25 – Milpitas CA